A série 'Superconquistas, do Super.FC e do jornal O Tempo, traz mais um capítulo vencedor do vôlei mineiro tendo o Minas Tênis Clube como protagonista. Desta vez, entramos nos anos 2000 para falar de um time mágico, que tinha algumas das maiores referências do país na época. Enquanto alguns já eram reconhecidos, outros começavam a trilhar o caminho dentro de um gigante, que os faria entender a proporção do mais novo feito.
Após o tricampeonato do Brasileiro de 1984, 1985 e 1986, o Minas precisou esperar 14 anos para voltar a ser campeão do torneio mais importante do país, agora com o nome de Superliga. Foi na temporada 1999/2000 que a equipe comandada pelo técnico Cebola despontou no cenário nacional para repetir o feito dos anos 1980, conquistando a competição por três vezes seguidas e mostrando uma hegemonia breve mas marcante. Nesta quarta-feira, são completados exatos 20 anos do quarto e último confronto da final (série em melhor de cinco jogos) contra a Unisul (SC), em Florianópolis, vencido pelos mineiros por 3 a 0.
Desta vez, os nomes que entraram na história foram dos levantadores Maurício e Rafa, dos pontas Giba, Ezinho, Maurilio e Manius, dos centrais André Heller, Douglas Cordeiro, Vinicius e Henrique, dos opostos Carlão, André Nascimento e Bruno e do líbero Gazzola. O time contou com o apoio de um forte patrocinador para fazer grandes contratações e dar uma boa estrutura para deixar todos os adversário para trás. Deste grupo, três jogadores da seleção brasileira juvenil foram indicados pelo treinador do time nacional da época Marcos Lerbach: Douglas Cordeiro, Ezinho e André Nascimento.
"Era um time com jogadores de seleção que tinham tido problemas nos seus clubes anteriores, além do Carlão, chegando da praia, com um grupo talentoso de jovens, sem histórico de conquistas, mas com muita vontade de ir longe. A ideia era construir uma equipe vencedora e isso acabou acontecendo. Era um elenco heterogêneo, isso fazia com que fôssemos fortes nos mais variados aspectos, com qualidades e pontos a serem melhorados. A gente se completava", lembra André Heller.
A conquista fez Cebola cumprir com um pedido do então presidente Sérgio Zech Coelho, que pediu que atletas do Minas retornassem á seleção. Além de Giba, Carlão, André Heller e Maurício, os outros dois titulares do time, André Nascimento e Henrique, também acabaram sendo presenteados com a convocação para a seleção nacional.
A formação do time, no entanto, se deu sem as referências que já eram ídolos do cenário nacional como Giba, Maurício, Carlão, André Heller e Manius. A presença do patrocinador, responsável por um grande investimento, só aconteceu após título do Sul-Americano na cidade de Cali (COL), em dezembro de 1999, que contou com um grupo formado praticamente por jovens, que começava a buscar seu espaço no cenário nacional. Neste time, que participou como convidado, fizeram parte atletas que acabaram não seguindo no elenco para a Superliga como o oposto Anderson Rodrigues, o ponta Paulo Anchieta e Serginho, que atuava como levantador antes de se tornar uma referência na posição de líbero vestindo camisa do próprio Minas e do rival Sada Cruzeiro.
Semifinal terminou em briga e suspensão
A campanha do Minas na fase de classificação teve 24 jogos e 19 vitórias, indo direto para a semifinal ao lado do Unisul. No jogo decisivo, a ausência do oposto e capitão Carlão, que havia retornado para as quadras naquela temporada depois de experiência no vôlei de praia. "Ele tinha sido suspenso depois de um jogo muito tumultuado da semifinal, contra o Banespa, em São Paulo. Foi o jogo mais marcante pra mim, uma partida muito bem disputada. Ele terminou chutando cadeira e pegou esse gancho", conta o levantador Maurício.
Na semana antes do jogo, a troca de provocações entre os dois times ganhou as manchetes do jornais. Em uma delas, o oposto Joel, que atuava no Banespa e também era da seleção, afirmou que a juventude do time paulista venceria os jogadores de mais idade do Minas. "Ele tinha chamado nosso grupo de velho e mostrei aquilo pros jogadores, que se motivaram com isso. O Carlão, em especial, ficou muito ofendido. Quando terminou a partida, que teve cinco sets, os atletas foram se cumprimentar na rede e o Carlão foi desabafar, quando começou toda a confusão. Ele jogou os três primeiros jogos e foi suspenso somente do quarto confronto da final", recorda o ex-técnico Cebola.
O ex-central André Heller também tem esta partida fresca na sua memória. "A torcida do Banespa pegou muito no pé do Carlão por causa da sua idade. Ele tinha um estilo de jogo provocativo e alguns tumultos aconteceram. As emoções ficaram à flor da pele e era nestes momentos que a gente se fortalecia", recorda-se. Foi justamente na véspera do quarto jogo da final que a suspensão de Carlão foi oficializada, sem dar ao Minas a chance do recurso.
"Ele foi o atleta daquela temporada que mais me chamou a atenção. Era uma referência pra mim, se readaptou ao vôlei de quadra com excelência e disciplina. O seu maior ingrediente sempre foi a dedicação, o amor que colocava em quadra, isso ficou muito claro ao longo daquele ano", conta Heller.
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