Não é propriamente uma novidade. O Peru já entrou na rota dos brasileiros há algum tempo, principalmente pela gastronomia, hoje mundialmente reconhecida, e pelos sítios históricos que o país abriga – o mais famoso deles, sem dúvida, Machu Picchu. Mas, se os restaurantes e as civilizações antigas por si só justificam a visita, os viajantes que optarem por permanecer alguns dias em Lima também vão se deparar com muitas atrações – algumas delas bem curiosas, como o Circuito Mágico das Artes (no parque de La Reserva) ou o Parque Kennedy (no bairro de Miraflores), hoje mais conhecido por Parque dos Gatos, em função da quantidade de felinos que – amistosamente, vale dizer – abriga.
Como a maior parte das capitais mundo afora, Lima é uma cidade de contrastes, com regiões nas quais a falta de infraestrutura ainda vigora. A maioria dos visitantes opta por ficar nos bairros de Miraflores ou Barranco, sendo uma terceira opção o de San Isidro, com suas mansões e o simpático parque El Olivar no qual como o nome indica, o visitante pode passear entre oliveiras e procurar um banco para se sentar em frente a pequenos lagos.
Independentemente do bairro, é relativamente fácil transitar na cidade: os Ubers são permitidos por lá, e, claro, há os tradicionais táxis. Mas é preciso deixar claro: o trânsito na capital peruana é um tanto quanto caótico e, certamente, vai deixar o forasteiro atordoado nos primeiros dias – ou, bem, em todos de sua permanência. O problema chega a tal nível que, ao rumar para o centro histórico (com seu casario amarelo e suas varandas herdadas da ocupação espanhola), o turista vai se deparar, nas vias estreitas de acesso aos pontos principais, placas pedindo que o motorista não acione o “clakson” (a velha e boa buzina). Mas é debalde.
Calçadão
Um lugar imperdível é o malecón de Miraflores, onde assistir ao voo de parapentes, desfrutar de um pôr do sol digno de aplausos ou passar horas mirando o oceano Pacífico no Parque do Amor (cujas muretas de mosaicos em azulejos dialogam com o Parque Güell, em Barcelona) são alguns dos programas possíveis. Um bom ponto de partida é o shopping Larcomar, localizado no Parque Salazar.
Sim, um centro comercial pode não ser entendido como um ponto turístico para visitantes que preferem usufruir de belezas naturais de um país, mas a construção desse, em particular, impressiona: debruçado sobre o Pacífico, reúne restaurantes com vistas privilegiadas – muitos dos quais, em função do vento constante, já disponibilizam mantas. Lá também é possível ver melhor os voos de parapentes, bem como se deparar com curiosidades, como uma estátua do ursinho Paddington. Explica-se: na história, o personagem sai da Amazônia peruana para ir parar na capital britânica, à qual é mais relacionado.
Parta dali e vá andando em direção ao citado Parque do Amor. Lá, além da azulejaria, o turista vai se impressionar com a estátua O Beijo, do peruano Victor Delfin. E acredite: ela é muito mais impactante ao vivo que em fotos. Um pouco mais adiante, há também o farol La Marina, ainda ativo. De lá, o visitante vai ver as avenidas movimentados da parte baixa, onde há alguns restaurantes bem conhecidos dos turistas, como o Rosa Náutica, que fica literalmente sobre o mar.
Na culinária, muitas opções além do tradicional ceviche
Mesmo quem nunca foi ao Peru, mas é ligado em gastronomia, já ouviu falar de vários restaurantes do chef Gastón Acurio espalhados país afora. Formado pelo Cordon Bleu, de Paris, Acurio deixou a culinária francesa de lado ainda no início dos anos 2000 para batalhar pela valorização dos sabores de seu país.
A boa notícia é que não precisa ser necessariamente abastado para adentrar um dos restaurantes do chef que, nos dias atuais, tem empreendimentos espalhados por países como EUA, Argentina, Colômbia, México e mesmo Brasil, em São Paulo.
O Tanta é um dos restaurantes acessíveis do império Acurio e, além de ter uma filial no aeroporto, possui outra no citado Larcomar. Dica de ouro: não deixe de provar – tanto ali quanto em outros restaurantes – as sobremesas de lúcuma, fruta andina que, incorporada em receitas de doces, remete o comensal a algo como doce de leite – simplesmente sublime. A lúcuma também é base de um delicioso sorvete. A reportagem visitou a gelateria 4D, uma das mais indicadas pelos locais, e, sim, aprovou o resultado.
Mas a melhor sobremesa de lúcuma foi degustada num restaurante que vale muito a visita: o do museu Larco.
Barranco é outro point noturno. São muitos os lugares que valem a pena. O Ayahuasca Restobar (av. San Martin, 130) é mais indicado a quem gosta de agito. E drinks. Mas o casarão onde ele está localizado encanta. Vale também ir no La Panetteria, com propostas saudáveis e ambiente que emociona. O Isolina é outro muito frequentado – e agrada. Vale lembrar que a culinária peruana tem algumas singularidades que podem fazer o turista torcer o nariz: caso dos cuys, ou, simplesmente, porquinhos-da-índia.
Tradicionais
* Patrimônio Nacional da Unesco, o centro de Lima sofreu uma série de danos no curso dos anos, muito em função dos terremotos.
* Entre as várias atrações nas cercanias da imponente Plaza de Armas (Plaza Mayor), estão a Catedral de Lima, a Casa do Ouvidor, a casa de Aliaga e a Casa Goyeneche.
* Impossível não reparar os balcões da época republicana na Plaza Mayor. Por lá, a partir das 12h, o turista pode acompanhar a tradicional troca de guardas. Às quartas-feiras, porém, é mais pomposa.
* Aproveite para se sentar nos bares do entorno e degustar bebidas típicas como a Chicha Morada, que é feita de milho.
Quem leva
Operadora. Abreu Viagens
Informações. Consulte seu agente de viagens e peça esse pacote.
Inclui. Viagem por Lima, Cusco, Vale Sagrado dos Incas e Machu Picchu. Passagem aérea pela Latam, seis noites de hospedagem com café da manhã, traslado, almoço no Chinchero, Moray e Ollantaytambo, tíquete de trem de ida (Expedition) e de volta (Vistadome), almoço em Machu Picchu e visitas com guia em espanhol.
Período. De 3 de fevereiro a 30 de abril de 2020.
Preço. A partir de R$ 6.699 por pessoa em ap. duplo.