Pela primeira vez, Minas Gerais é o Estado com maior variação em relação ao volume das atividades turísticas no país, revelando um expressivo aquecimento do setor no primeiro quadrimestre deste ano (janeiro a maio). Dados do Índice de Atividades Turísticas (Iatur) do IBGE revelam que o segmento cresceu em receita nominal (34.9%) e em volume (24,3%) no Estado, superando o índice nacional, que foi respectivamente, de 30,1% e 11,1%.
Os dados, divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Observatório de Turismo – ferramenta da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) que monitora e promove os números do setor em Minas a partir de levantamentos de entidades do setor – também se mostram positivos em segmentos como aviação, hospedagem, transporte rodoviário e empregos.
Os novos números animaram o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira. Ouvido pela reportagem, o gestor se diz recompensado pelos esforços ao ver Minas Gerais na liderança do crescimento do PIB do turismo nacional. E dá a receita: "mineiridade, trabalho e união de esforços entre as cadeias produtivas do turismo e da economia da criatividade, nosso grande e principal fermento produtor de experiência".
Minas Junina
Dados da Fundação João Pinheiro (FJP) revelam que, até maio, mais de R$ 8 milhões foram investidos pelo governo do Estado no turismo em Minas, dos quais R$ 4,4 milhões oriundos do ICMS Turístico. Boa parte dos investimentos foi em promoção turística (R$ 2,7 milhões), planejamento e monitoramento (R$ 817mil) e ações de regionalização (R$ 103 mil).
Ainda segundo estimativa da FJP, Minas Junina, em parceria com a Secult-MG, a expectativa do fluxo turístico no período de junho e julho de 2023 é de cerca de 6,5 milhões de pessoas. O aumento é de quase 20% em relação a 2022. Para aumentar o fluxo, este ano a secretaria promove o programa Minas Junina, integrando as festividades dos municípios do Estado.
Empregos
Em relação ao índice de empregos, cerca de 5.644 novos empregos foram gerados de janeiro a abril deste ano, segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Quem elevou o aumento foram os setores de alimentação (2.812), transporte (2.445) e entretenimento (1.076). Ainda segundo o órgão, o estoque de empregos formais do turismo foi de 380.069 em abril em Minas, aumento de 8,6% a 2022.
Hotelaria
Na hotelaria, dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG) mostram que a ocupação hoteleira na capital mineira aumentou de 54,30% em janeiro para 65,85% em abril. "Lembro que janeiro e fevereiro são períodos de férias, onde a ocupação da capital tende a cair, pois o público corporativo está aproveitando outros destinos. Os governos municipal e estadual têm feito um bom trabalho em busca de captar e fomentar o turismo no município", destaca Pablo Ramos, presidente da Abih-MG.
Transporte
No aéreo, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte registrou cerca de 20 mil pousos de aeronaves no primeiro quadrimestre deste ano, um aumento de 26,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Cerca de 2 milhões de passageiros desembarcaram em Minas em voos domésticos, oriundos de São Paulo (42,9%), Minas Gerais (10,0%) e Bahia (10,2%). No internacional, os principais emissores foram Portugal (55,4%), Panamá (37,6%) e Colômbia (6,0%), esse último em função do voo BH/Bogotá.
Já em abril o fluxo no terminal em Confins foi 823.397 passageiros, representando 83,4% da movimentação total dos aeroportos do Estado, um aumento considerável de 13,4% em relação a abril de 2022. Já a rodoviária de Belo Horizonte contabilizou 2.336.442 passageiros no primeiro quadrimestre, aumento de 10,3% em relação ao mesmo período de 2022. Foram 1.178.788 desembarques, 10,6% a mais se comparado com o ano anterior.
Turismo no país
O setor do turismo também continua aquecido no país, conforme recente levantamento do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). O faturamento do turismo no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 54,9 bilhões, um aumento de 25,4% comparado ao mesmo período de 2022.
Segundo os números da Fecomércio-SP, o faturamento do setor cresceu de 46,7 bilhões em 2022 para R$ 54,9 bilhões em 2023 de janeiro a março de ambos os períodos pesquisados. Os segmentos que mais impulsionaram esse crescimento foram o setor aéreo (R$ 6 bilhões), a hospedagem e alimentação (R$ 5,1 bilhão) e o transporte terrestre (R$ 3,1 bilhão).
Dados da Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) ainda mostram que o segmento de negócios faturou R$ 1,067 bilhão em abril deste ano.