Há duas semanas o Visit Brussels, órgão oficial do turismo de Bruxelas, esteve em Belo Horizonte para mostrar a agentes de viagens e empresários mineiros as potencialidades da capital belga – o destino é hoje passagem para turistas brasileiros que visitam outras capitais europeias como Paris (França) e Amsterdã (Holanda).
“Queremos que o brasileiro permaneça, pelo menos, duas noites na cidade”, afirmou Pieter Callebaut, da área de vendas e promoção do Visit Brussels e desenvolvedor de negócios de lazer do Bric/USA. Segundo o executivo, a Bélgica tem a localização ideal para os turistas visitarem destinos europeus, excelente malha de trens e diversidade de cenários.
Além dessas vantagens, a capital belga também tem o aeroporto mais bem-avaliado da Europa, segundo levantamento publicado em agosto pelo Consumer Choice Center. Uma das dificuldades de acesso ao país, reconhece Geert Van Dessel, gerente do Brussels Airport, é a malha aérea. “Não existe voo direto do Brasil para a Bélgica”, lamenta.
No ano passado, em uma viagem à Islândia e à Holanda pelo Grupo Brasileiros no Mundo (GBM), organizado pela operadora Queenberry, fizemos uma passagem de três dias por Bruxelas. Muito além do chocolate e da cerveja, principais referências belgas para turistas, elaboramos um roteiro de 48 horas na cidade.
Primeiro dia/9h
O melhor ponto de partida para conhecer Bruxelas é seu lugar mais famoso, a Grand Place (ou Grote Markt), no chamado Petit Ceinture, o centrinho. Na “mais bela praça da Europa”, segundo o escritor Victor Hugo (“Os Miseráveis”), posicione-se no centro e contemple os magníficos edifícios de estilo neoclássico dos séculos XIV a XVII, como o Hotel de Ville (hoje a prefeitura), com sua torre de 96 m de altura, e a Maison du Roi (Casa do Rei, que abriga o Museu da Cidade). Se der sorte, pode presenciar um show de luzes dançantes e música – em dezembro acontece a feira de Natal.
Da Gland Place, pegue a rue au Beurre (ou Boterstraat, todas as ruas têm o nome em francês e holandês), do lado direito do bar Le Roi d’Espagne, e se deparará com a igreja de São Nicolau, construção em estilo gótico e interior com impressionante ambiente medieval. Mais à frente está o edifício neoclássico da Bolsa, uma combinação de estátuas e colunas que, por um instante, pensei se tratar de um teatro. Esse é um bom momento para bater perna pelas ruelas da região e parar em lojas de chocolate, barraquinhas de waffles e batatas fritas e experimentar os sabores do café belga.
Pela zona da União Europeia e de dois parques turísticos
Volte para a Grand Place e pegue a rue Chair et Pain até chegar à rue des Bouchers, com uma dezena de restaurantes, onde o prato principal é o moules frites. Os mexilhões estão no cardápio de quase todos os restaurantes de Bruxelas e sãoacompanhados de batatas fritas.
Depois do almoço, a dica é pegar o metrô na estação Schuman e descer em Bruxelles-Luxembourg para conhecer a zona do Parlamento Europeu. A entrada, gratuita, é pelo Parlamamentarium, o moderno centro de visitantes. Já a entrada para o Hemiciclo – plenário utilizado para debates e votações – fica em outro prédio e oferece tour de 30 minutos com auto-guide em 24 idiomas, inclusive o português.
Depois de ver a zona da União Europeia (UE), caminhe até o Parque do Cinquentenário, uma grande área verde com seu Arco do Triunfo, de 1880, o Museu Militar, o Cinquantenaire Museum, e o Autoworld, com uma das melhores coleções de carros do mundo (entrada a 12 euros).
Parque
Após a visita, saia do parque em direção à parte traseira do edifício e pegue o metrô na estação Merod para chegar até Parc, que o deixará na frente do Parque de Bruxelas. Nos extremos do parque estão o Palácio Real, sede do governo, e o Palácio da Nação, onde funciona a Câmara dos Representantes e do Senado, aberto ao público de 21 de julho a setembro.
Do parque informe-se sobre a rue des Colonias para chegar à catedral de São Miguel e Santa Gúdula. Volte até o Parque de Bruxelas e siga para a direita até a Place Royale. Se gosta de museus, um dos indicados é dos Instrumentos Musicais (8 euros). O restaurante do terraço oferece incrível vista. Ao sair do museu, passe pelo Hotel Ravenstein, mansão do século XV com aconchegante pátio.
Depois dos museus, cerveja e petiscos
De volta à Place Royale, na frente da igreja St-Jacques-sur-Coudenberg, estão os museus Magritte (8 euros), com três andares, cada um dedicado a um período diferente do artista, e os Reais de Belas Artes da Bélgica (10 euros), com coleção de artistas flamencos como Bosch e Rubens. Um conselho: passe o resto da tarde ali!
Menu de cervejas
A noite deve ser dedicada à cerveja e aos petiscos belgas. A Bélgica é o maior produtor de cerveja do mundo – estima-se que haja mais de 400 variedades. Todos os bares oferecem cerveja belga, em copos de 500 mL, ao custo de 1,50 euros, a partir das 17h. Para quem curte cervejas artesanais, o indicado é a Delirium Café, provavelmente a cervejaria mais turística. Dizem que tem o maior menu de cervejas do mundo – mais de 2.500 –, tanto que está no “Guiness Book”. Os preços são salgados – variam de 2,20 euros a 29,10 euros. Perto dali, um atrativo turístico, a Jenekke-Pis é a versão feminina do Manneken Pis, escondidinha em um beco.
Serviço
Como chegar
Com saída de BH, pela Air France, a partir de R$ 5.057,34. Com saída de São Paulo, a partir de 3.341,19. Ida e volta. Tarifas consultadas para dezembro de 2019.
Onde ficar
The Dominican. Diárias para casal a partir de 107 euros.
Brussels Card. Cartão dá acesso gratuito a 30 atrativos. Preço: 24 horas (27 euros), 48 horas (35 euros) e 72 horas (43 euros). Compre no site visit.brussels/en/ sites /brusselscard