O espetacular prêmio estimado de R$ 600 milhões da Mega da Virada não é apenas um convite à riqueza, mas também à imaginação. Entre tantas possibilidades, o valor permite até realizar o sonho de ser dono de verdadeiras obras de arte sobre rodas.

Um exemplo é o Rolls-Royce Droptail (foto abaixo), considerado o carro mais caro atualmente disponível, avaliado em cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 185 milhões). Ainda restaria dinheiro para outros luxos ou investimentos!

Outra opção é o icônico Mercedes-Benz Classe G, um dos favoritos do atacante Hulk, ídolo do Galo, que custa mais modestos R$ 1,5 milhão.

Se a ideia é inspirar-se em celebridades, que tal o Bugatti Centodieci (foto abaixo), avaliado em R$ 54 milhões e recentemente adquirido pelo craque Cristiano Ronaldo? 

Esse, nem a Mega da Virada compraria

Apesar do enorme valor do prêmio, até a Mega da Virada de 2024 não seria suficiente para adquirir o automóvel mais caro já vendido: o Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé de 1955.

Em 2022, esse raríssimo modelo foi leiloado por € 135 milhões (cerca de R$ 865 milhões na cotação atual), ultrapassando em € 90 milhões (R$ 577 milhões) o recorde anterior de uma Ferrari 250 GTO de 1962.

Para se ter uma ideia da quantia, pelo valor exorbitante do exclusivo Mercedes-Benz dos anos 50, daria para praticamente abrir uma locadora de automóveis comprando uma frota de 11.500 unidades do Fiat Mobi, o atual carro mais barato à venda no Brasil, com preço a partir de R$ 74.990.

Mercedes 300 SLR Uhlenhaut Coupé:

O 300 SLR Uhlenhaut Coupé, batizado em homenagem a seu criador Rudolf Uhlenhaut, é considerado uma joia do automobilismo. Baseado no modelo W 196 R Grand Prix, que venceu dois campeonatos mundiais com Juan Manuel Fangio.

O carro tinha um motor ampliado para 3.0 L, alcançando 290 km/h, algo impressionante para a época. Apenas dois exemplares foram fabricados, e um deles continua em exibição no Museu Mercedes-Benz, em Stuttgart.

Qual foi o destino da grana?

A venda do 300 SLR Uhlenhaut Coupé, em 2022, teve um impacto muito além das pistas. A Mercedes-Benz destinou os lucros para criar um fundo de bolsas de estudos e pesquisas voltadas à sustentabilidade e descarbonização. O novo proprietário também concordou em manter o carro acessível para exibições públicas especiais.

Acidente trágico em 1955

A história do 300 SLR é marcada por um episódio trágico que o transformou em um símbolo de um dos maiores acidentes da história do automobilismo.

Em 1955, durante as 24 Horas de Le Mans, um 300 SLR pilotado por Pierre Levegh se envolveu em um acidente fatal. Após uma colisão, o carro decolou e se chocou contra as arquibancadas.

Ao todo, 84 pessoas faleceram e mais de 180 ficaram feridas. O acidente teve um impacto profundo no mundo do automobilismo, levando a Mercedes-Benz a se retirar das competições por mais de três décadas.