O vôlei com conhecimento e independência jornalística
Quando te derem uma oportunidade, aproveite ao máximo, pois você não sabe se terá outra.
Ainda mais quando o adversário é a Itália.
Cada chance perdida, é uma oportunidade que fica para trás.
Seria exagero dizer que o Brasil teve o jogo nas mãos contra a Itália.
Mas foi quase isso.
Dá para afirmar tranquilamente que a seleção brasileira fez a melhor atuação desde a Olimpíada de Paris e nunca esteve tão perto de vencer a poderosa Itália.
Foi um Brasil surpreendente.
Muito diferente de tudo que havia apresentado até então em Bangkok, na Tailândia.
O que se viu em quadra foi um Brasil agressivo, corajoso, disciplinado taticamente e com a Itália de cor e salteado.
O aproveitamento no fundamento bloqueio indica que a lição foi bem feita.
22 pontos.
Números que ganham peso acima da média levando-se em conta a qualidade do adversário.
Mas uma prova, no caso um jogo de vôlei, não se resume apenas ao bloqueio.
Se no ataque e no saque o jogo foi quase igual, nos erros não.
Os 27 pontos cedidos ao time italiano, passando pelos dois de saque no tie-break, ajudam a entender porque o Brasil perdeu.
E errar contra a Itália, que diversas vezes acusou o golpe, normalmente é fatal.
O Brasil perdeu nos erros de saque e passe e em opções e escolhas precipitadas, como Diana receber a última bola.
A central era a mais indicada?
E olha que dessa vez não faltou oposta.
Rosamaria correspondeu e cumpriu muito bem a parte dela.
Acontece que do outro lado Antropova e Paola Egonu, somaram quase 40 pontos em 5 sets.
Banco.
Opções.
Julio Velasco tem, José Roberto Guimarães nem tanto.
Mas nesse caso, é melhor arriscar e saber o resultado do que não arriscar e se arrepender de não ter tentado.
O técnico, se tivesse a confiança que Velasco tem nas reservas, poderia ter preservado (o termo se ajusta ao futuro promissor) Julia Bergmann, caçada e alvo das italianas.
E se você não arriscar, nunca vai saber como poderia ter sido.
Mas o 'se' não joga.
O 'se' não entra em quadra.
O jogo contra a Itália foi a lição mais dolorosa dessa nova geração, liderada por Gabi.
A dor faz parte do processo de cicatrização.
Mas a questão não é doer, é quando vai cicatrizar.