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O Brasil não tem como reclamar da sorte.
O adversário não poderia ser melhor nas quartas de final diante do desenho a partir dos cruzamentos.
Das 8 seleções que sobraram e ainda sonham com o título, a França é a pior colocada no ranking mundial. É aquela que tem menos tradição entre as envolvidas.
Há quem diga que a França talvez tenha sido a seleção que mais evoluiu e cresceu tecnicamente desde a Olimpíada de Paris.
E daí?
Mas não o suficiente para ameaçar o Brasil.
A França tem uma seleção inexperiente sustentada por duas jogadoras: Cazaute e Ndyane.
A ponteira e a oposta levam o time nas costas e jogam a maior parte do tempo sobrecarregadas. As duas erram menos que o restante da equipe que costuma entregar nos momentos decisivos contra os grandes.
A França, tão falada e badalada, perdeu sets para as inexpressivas seleções de Porto Rico e Grécia.
Isso ajuda a entender?
E tem mais: na VNL conseguiu cair para a fraca Tailândia.
A conclusão, deixando a empolgação dos estagiários e pessimistas de plantão, é que o resultado diante da China na oitavas foi exceção.
Zebra.
A França normalmente joga no limite.
O que preocupa, mas ao mesmo tempo nos dá esperança, é o fato do Brasil ter precisado jogar 5 sets nas duas vezes que a França cruzou o caminho na temporada.
Foi assim na VNL e na primeira fase do Mundial na Tailândia.
É quando entra em quadra a questão do aprendizado.
Mas todo aprendizado só é válido se aplicado.
Errar uma vez é normal.
Errar duas vezes contra o mesmo adversário é insistir no erro. E errar três vezes é por opção; de livre e espontânea vontade.
A teoria se encaixa também na questão da escalação.
Macris ou Roberta?
Rosa ou Kisy?
A comissão técnica é responsável pelas escolhas, afinal toda decisão tem sua margem de erro.
A responsabilidade é 100% do Brasil, favorito na teoria e na prática.
Estamos falando do cruzamento entre o segundo e o décimo terceiro do ranking mundial.
Um dos desafios da seleção é começar o jogo dando as cartas, se impondo, ditando o ritmo da partida e não deixar para correr atrás, como tem acontecido também contra a França.
O sofrimento, no caso do Brasil, será opcional.