Após a infecção por HIV de seis pacientes transplantados que receberam órgãos infectados pelo vírus, o Ministério da Saúde determinou, nesta sexta-feira (11), uma auditoria no sistema de transplantes do Rio de Janeiro. Em nota, a pasta informou que o pente-fino será realizado, com urgência. Os trabalhos serão conduzidos pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus).
O objetivo é a apuração de eventuais irregularidades na contratação do laboratório que fez os exames que apontaram falso negativo para o HIV. O PSC Lab Saleme, que foi contratado pela Fundação Saúde para as testagens, foi interditado de maneira cautelar. A empresa fica localizada em Nova Iguaçu.
Ainda conforme a pasta, haverá uma retestagem de todo o material genético dos doadores de órgãos que passaram por exames no laboratório para identificar possíveis novos casos falso-positivos. O Ministério afirmou, também, que o grupo de pacientes que recebeu os órgãos infectados terão total atendimento “especializado”.
“O Ministério da Saúde e os demais agentes sanitários reforçaram as normas e orientações técnicas, que já são robustas, com o intuito de aprimorar os procedimentos de identificação de doenças transmissíveis antes da doação. Esse esforço visa reduzir ainda mais as chances de transmissão de infecções como o HIV ou a Hepatite C, garantindo que o sistema de transplantes no Brasil continue a operar dentro dos mais altos padrões de segurança”, observou a pasta.
Por fim, o Ministério da Saúde destacou a segurança e a transparência do processo de doação de órgãos. “Todas as ações tomadas até o momento visam proteger a saúde da população e aprimorar ainda mais o Sistema Nacional de Transplantes, que se mantém sólido e seguro”. complementou.
Em vídeo enviado à imprensa, a ministra Nísia Trindade classificou o caso como: "grave situação adversa". A reportagem tenta contato com o laboratório PSC Lab Saleme para entender as circunstâncias dos exames.