Saúde

Brasil tem o 2º caso de cura da raiva humana da sua história

Adolescente do Amazonas teve alta da UTI na segunda-feira, mas seus dois irmãos não resistiram


Publicado em 11 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Brasília. O Ministério da Saúde confirmou a cura de um adolescente de 14 anos que contraiu raiva humana no Amazonas. O caso de sobrevivência é o segundo já registrado no Brasil. O outro foi em 2008, no Estado de Pernambuco.

No restante do mundo, existem relatos de apenas mais três outros casos de cura: dois nos Estados Unidos, em 2004 e 2011, respectivamente, e um outro na Colômbia, em 2008. Este último faleceu por outras causas associadas após a cura.

Segundo o ministério, o caso registrado no Amazonas teve o mesmo protocolo de atendimento usado na cura do paciente de Pernambuco. O adolescente Mateus Castro foi submetido ao protocolo de Milwaukee, com uso dos medicamentos Biopterina e Amantadina.

No entanto, a pasta informou que ainda não recebeu todos os relatórios neurológicos do jovem amazonense, “de modo que não há como avaliar ainda quais as condições e prognóstico de recuperação”.

Dois irmãos de Mateus morreram em decorrência de raiva humana no ano passado. Os três contraíram a doença após ataque de morcegos na zona rural de Barcelos, município a 401 Km de Manaus.

Segundo disse ao portal G1 o infectologista Antônio Magela, da Fundação de Medicina Tropical (FMT), a diferença de Mateus para os irmãos pode ter sido a internação precoce, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas.

Mateus vai continuar em tratamento por pelo menos mais quatro meses. Ele terá uma equipe multidisciplinar de reabilitação para tratar as sequelas motoras e na fala provocadas pela doença.

O jovem deu entrada na Fundação de Medicina no dia 2 de dezembro, com sintomas de febre e formigamento nas mãos, e saiu da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) na última segunda-feira.

A raiva é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus que acomete mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida principalmente por meio da mordida de animais infectados. Em 2017, foram cinco casos, sendo um em Pernambuco, um em Tocantins, um na Bahia e três no Amazonas.

Normalmente, os acometidos por raiva podem ser protegidos profilaticamente, quando tomam vacina e soro logo após o incidente que teria ocasionado a transmissão do vírus. Mas, quando esse sistema não é bem aplicado, a doença se desenvolve, causando inflamações no cérebro e na medula. Quando isso acontece, a regra geral é que o paciente não sobrevive. 

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