Saúde

Coronavírus: Mandetta diz que ir à igreja pode, mas sem aglomeração e abraços

Ministro da Saúde alinhou fala com a do presidente Jair Bolsonaro em relação a abertura de igrejas e casas lotérias, mas frisou importância do isolamento social

Por Da Redação
Publicado em 30 de março de 2020 | 18:35
 
 
 
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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, flexibilizou seu discurso em relação as medidas que devem ser tomadas para enfrenamento da pandemia de coronavírus no país. Apesar de dizer, por reinteradas vezes, que é necessário manter o isolamento social, o ministro explicou que é possível manter as igrejas abertas. "Não pode é ficar aglomerado, ficar abraçando", disse.

"Temos uma onda na saúde e temos uma onda na economia. Parece que é consenso de todos que fazer um lockdown absoluto não é, neste momento, o que a gente está precisando, porque vai ter muito problema lá na frente", afirmou.

 Mandetta alinhou um pouco seu discurso ao do presidente Jair Bolsonaro sobre a necessidade de manter abertas igrejas e casas lotéricas. O ministro da Saúde, porém, frisou que é necessário continuar o isolamento social. E orientou que a população siga as orientações dos Estados em relação às suas quarentenas. 

"Tenho dialogado com os secretários municipais e estaduais dentro do que é técnico, dentro do que é científico, dentro do planejamento. O que (conversamos) é o que a gente precisa ter na saúde nesta semana, e nas outras semanas, para que a gente possa imaginar qualquer tipo de movimentação que não seja esta que a gente está", disse Mandetta.

E complementou: "Por enquanto mantenham a recomendação dos Estados, porque essa é, no momento, a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades no sistema de saúde, que são típicas não de falta do Ministério da Saúde ou do governo."

A paralisação total das atividades econômicas, com isolamento social se dá, segundo o ministro, porque o Brasil ainda precisa fortalecer o sistema de saúde para enfrentamento da pandemia. É preciso, na visão de Mandetta, maior disponibildiade de testes rápidos e equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, como máscaras, além da montagem completa de hospitais de campanha. "Equipamentos de proteção indifividual em quantidade para que os profissionais possam trabalhar: Isso é uma condicionante para mexer no plano da economia. Não vamos ativar para daqui a duas semanas e o sistema colapsar", disse. Em outro trecho, chegou a pedir. "Quem tem caixa de máscara n95, fechadas em casa, entregue em um hospital".

Ele também falou que, apesar de difícil, o isolamento social é necessário. " A gente acha que a maioria das coisas vai poder dar um andamento nesse mês. Mas a Páscoa, a Semana Santa, eu sou católico, eu vou rezo. As procissões, a missa de Páscoa, o almoço de Páscoa, o chocolate, o coelhinho isso tudo vai mexer com as emoções de todos nós. Vamos ter que ser muito resilientes", afirmou.

 Boom de casos

Após coletiva realizada nesta sexta-feira (30), em conjunto com outros ministérios sobre as ações de enfrentamento do governo, Mandetta ainda disse que o Brasil teve um aumento de 118% internações ou notificações por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SARS). Das 16.879 hospitalizações, 757 foram em decorrência da Covid-19.

"Os testes rápidos estão chegando. Hoje são 500 mil de 5 milhões", frisou, reforçando o desembarque dos testes no aeroporto de Guarulhos nesta segunda-feira (30).

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