Nem toda bajulação é apenas uma tentativa de agradar. Segundo a psicóloga e gestora de carreiras Andiara Martins, o bajulador pode, sim, agir com má fé. “Pensando pela ótica da ética... o bajulador manipula para alcançar o que quer. Se não há verdade... Isso fala sobre caráter”, disse nesta terça (01) durante o Interessa.
O problema se agrava quando, além de contraditório, o bajulador se recusa a assumir que mudou de ideia. “Ele nega, se esquiva, diz que foi mal interpretado. E, quando confrontado, adota uma postura vitimista. Isso é comprovado na psicologia: o vitimismo é um mecanismo clássico desse perfil - andam juntos!”, afirma Andiara.
Durante o bate-papo, a bancada formada por Renata Zacaroni, Flaviane Paixão e Mariela Guimarães trouxe outra provocação: e o sincericida? Aquele que fala tudo na lata, sem filtro. Também não é bem visto. Afinal, honestidade sem empatia fere, e exagero por qualquer lado tende a desequilibrar as relações.
Entre a bajulação e a brutalidade da “sinceridade tóxica”, a chave está no equilíbrio e na autenticidade. Quem fala com verdade, mas sabe ouvir e mudar de opinião com maturidade, se destaca sem precisar manipular, nem ferir.