Tem gente que é tão, mas tão ciumenta, que só de imaginar que a parceria já viveu outro relacionamento - amando outra pessoa - já sente o rosto ferver.
A verdade é que dizer que nunca sentimos ciúmes dos nossos companheiros é uma baita falácia. Em um relacionamento, é natural que a gente se envolva tanto com a outra pessoa que só de pensar em perdê-la - ainda mais pra alguém - bate o medo. E é aí que o ciúme aparece.
Curiosamente, no meio desse turbilhão de sentimentos, frente ao mesmo contexto, existe também um conceito que vai na contramão: a compersão. Você já ouviu falar nisso?
Mais presente em relações não monogâmicas, a compersão é um sentimento de alegria ao ver a pessoa que você ama… feliz com outra. Implica, necessariamente, na ausência de ciúmes? Não sei… Talvez, numa nova forma de encarar os vínculos? Sem posse, com mais autonomia e empatia. O termo vem de comunidades poliamorosas dos anos 1990 (lá de São Francisco, nos Estados Unidos) e ainda não tem tradução oficial nos dicionários da língua portuguesa, mas já ajuda muita gente a nomear sensações até então invisíveis. Qual a importância, inclusive, de dar nome a esse tipo de sentimento?
A psicanalista Regina Navarro Lins defende que criar palavras para novas emoções ajuda a compreender melhor o que se sente e a se reconhecer fora das caixinhas tradicionais do amor romântico. A compersão pode não eliminar o ciúme, mas propõe uma virada: e se, ao invés de medo, a gente conseguisse sentir alegria por ver o outro bem mesmo que esse bem não nos inclua diretamente?
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