A cena é comum: você senta no divã, o psicólogo pergunta “como você está?” e, de repente, surge o dilema - será que se eu falar a verdade ele vai me achar um caso perdido? Ou pior, um vitimista que não evolui? Essa autocensura nasce de um “juiz interno” cruel, aquele crítico que nos faz temer o julgamento até no espaço mais seguro: a terapia.

Vale lembrar que o consultório é cercado pelo sigilo profissional, mas isso não significa que abrir o coração seja automático. Fingir ou maquiar o que se sente pode parecer inofensivo, só que muitas vezes justamente aquilo que fica guardado é a chave do problema. É como fechar os olhos para a torneira que pinga na pia: ignorar não resolve, só agrava.

Até onde vai a necessidade de se abrir na terapia? Esse espaço é só para desabafar, para confessar segredos ou, acima de tudo, para construir um caminho novo com a ajuda de quem está ali para ouvir sem julgamentos?