O governo de Minas Gerais anunciou, nesta quarta-feira (23 de outubro), a previsão de que o Estado receba 84 mil doses da vacina contra a covid-19 até esta sexta-feira. A nova entrega do Ministério da Saúde (MS) deve ajudar a reabastecer os postos de vacinação do Estado, que estão com estoque zerado de imunizantes contra a covid. Minas também enfrenta falta de vacinas contra varicela (catapora) e contra difteria, tétano e coqueluche – a tríplice bacteriana (DTP).
Nessa terça-feira (22), o Ministério da Saúde havia adiantado ao O TEMPO a distribuição de 1,2 milhão de doses da vacina contra a covid entre todos os Estados – parte de uma compra emergencial de imunizantes feita em maio. Sendo assim, 7% desse quantitativo será enviado a Minas Gerais. O órgão federal afirmou acreditar que a remessa deverá “regularizar os estoques para vacinação de crianças”, sem informar sobre o restante do público-alvo da vacina, como os idosos e os profissionais de saúde.
Conforme o governo de Minas, as últimas doses da vacina contra a covid-19 para crianças menores de 5 anos foram distribuídas no Estado no mês de julho. Já o público menor de 12 anos recebeu o imunizante pela última vez em setembro. "Entre maio e setembro de 2024, a SES-MG recebeu do Ministério da Saúde o total de 943.400 doses de vacina contra a covid-19, todas prontamente distribuídas aos municípios", informou por meio de nota.
Novas aquisições da vacina contra a covid-19 no Brasil
Ainda conforme o MS, um novo pregão foi concluído recentemente para a aquisição de mais de 60 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Até o momento, no entanto, não há previsão para chegada desses imunizantes nos postos de saúde. “As entregas pelos fabricantes serão realizadas de forma parcelada, conforme a adesão da população à vacinação e as atualizações aprovadas pela Anvisa”, afirmou o órgão à reportagem.
Falta da vacina contra catapora
A aquisição regular da vacina contra varicela (o mesmo que catapora) está em “fase de conclusão” e deverá ser normalizada no primeiro semestre de 2025, conforme o Ministério da Saúde.
A imunização contra a catapora faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI): a vacina deve ser aplicada aos quatro anos para evitar hospitalizações e mortes. Antes, aos 15 meses, a criança recebe uma primeira dose pela vacina tetra viral, que também protege contra o sarampo, caxumba e rubéola.
“A vacina contra varicela é considerada de rotina para as crianças. Não é tão mortal, mas pode implicar em complicações e internações. A falta das doses nos postos de saúde preocupa quando a gente pensa em saúde pública. Assim como aconteceu com sarampo e coqueluche, as notificações de varicela também estão sujeitas a aumentar”, alerta o médico infectologista Leandro Curi.
No Brasil, nos últimos nove anos, foram notificados 335.641 casos graves de catapora, segundo o MS. A maioria ocorreu na região Sudeste – 138.718, ou 31% – e entre crianças de cinco a nove anos – 108.002, ou 32% dos registros.
Até a normalização da compra regular da vacina contra a varicela, o MS conta com o Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). De acordo com o órgão, a parceria vai garantir a entrega de 150 mil doses do imunizante para distribuição pelo país no mês de novembro.