Um homem, de 51 anos, suspeito de adquirir, armazenar, compartilhar e pagar por conteúdos envolvendo abuso sexual infantil, foi preso em São José dos Campos, no estado de São Paulo, na última quarta-feira (19 de fevereiro). Conforme as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o rapaz utilizava aplicativos de mensagens para divulgar o material, que, na maioria, envolvia crianças do sexo masculino - uma das imagens mostrava um bebê de fralda. 

De acordo com a delegada Marcelle Bacellar, da 2ª Delegacia Especializada na Investigação de Crimes Cibernéticos, as apurações começaram em outubro de 2024, quando um órgão dos Estados Unidos encaminhou um relatório que continha downloads e uploads de imagens que mostram abuso sexual infantil e, dessa forma, a PCMG identificou o homem que fazia download dos conteúdos. 

A delegada explica que o homem, que era carreteiro, realizou grande parte dos downloads quando residia em Belo Horizonte, mas se mudou para a cidade de Redenção da Serra, no interior de São Paulo, para trabalhar em uma empresa que presta serviços especializados em estradas.

“A ordem do mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça de Minas Gerais, pois grande parte dos acessos foram de usuários que residem no Estado. Ele não se assumiu como homossexual, mas afirmou que gostava de ter conversa com outros homens, que repassavam os vídeos. Ele disse que não gostava do conteúdo e disse que não sabia apagá-los. Porém, ele escondia os registros em um aplicativo confidencial, e os policiais tiveram que fazer uma busca minuciosa no celular do suspeito - momento em que achamos os registros”, explicou Marcelle.

A delegada detalhou como o suspeito agia e disse que ao chegarem em São Paulo, os policiais identificaram que ele não estava no endereço que havia sido repassado à instituição e que foi preso enquanto trabalhava na rodovia Presidente Dutra. “Ele mantinha conversas com outros homens no Telegram e nós identificamos também que ele pagava uma certa quantia pelas fotos. O conteúdo mostrava crianças de diversas idades, todas do sexo masculino. Inclusive, em algumas das fotos, havia um bebê usando fralda”, apontou.

Marcelle Bacellar afirmou que o rapaz possui passagens por furto, roubo e tentativa de feminicídio, e que não tinha histórico de cometer crimes cibernéticos. Ela finalizou e disse que a Polícia Civil ainda está investigando se há mais suspeitos envolvidos no crime. “Quando abordamos o homem, ele ficou surpreso, pois não imaginava que seria preso pelo crime de abuso sexual infantil, mas sim pelos outros delitos que cometeu. A todo tempo ele tentou negar, mas vimos no celular que ele recebia e encaminhava o material. Agora vamos investigar, por meio dos contatos que ele possui, se há mais envolvidos nesta prática. A Polícia Civil está, durante 24 horas, investigando e reprimindo todos os tipos de crime cibernético e protegendo as nossas crianças de abusos sexuais”, pontuou a delegada Marcelle Bacellar.