As forças de segurança de Minas Gerais anunciaram nesta sexta-feira (28 de fevereiro) que vão fazer uma operação de “estrita legalidade” durante o Carnaval. Um protesto é realizado nesta tarde na praça Sete, na região Centro-Sul de BH, segue pela avenida Afonso Pena e vai terminar na praça da Liberdade. Na manifestação estão representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Corpo de Bombeiros. Um documento entregue no protesto afirma que o objetivo do ato é "arrancar do governador de Minas a recomposição das perdas inflacionárias, já reconhecidas pelo próprio Executivo”.
Seguindo o princípio da Estrita Legalidade, os agentes das corporações não utilizarão veículos que não sigam todas as normas de trânsito, sendo que o condutor deverá sempre verificar as condições das viaturas antes de colocá-la nas ruas.
Eles também foram orientados a não utilizarem seus telefones particulares para se comunicar durante o expediente, bem como a não utilizarem coletes à prova de balas com prazo de validade vencidos.
Relembre outras paralisações das forças de segurança pelo Brasil. Em diversas ocasiões, houve escalada da violência, com saques, assaltos e assassinatos.
Paralisação em BH - 2022
No dia 22 de fevereiro de 2022, teve início a paralisação das forças de segurança pública em Minas Gerais. Os batalhões e delegacias funcionaram em ‘ritmo lento’. Apesar de o efetivo não ter diminuído, em muitas unidades era atendida apenas uma ocorrência por vez. Três dias depois, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou o encerramento do movimento. Em março, o Governo do Estado anunciou o reajuste de 10,06% nos vencimentos de forma retroativa a janeiro de 2022 para os servidores da saúde e da segurança pública.
Greve dos policiais no Espírito Santo - 2017
Em 2017, O Espírito Santo viveu o que foi considerada a maior crise de segurança pública da história. Policiais militares paralisaram completamente o serviço por 21 dias. Mais de 220 pessoas foram mortas no período, e grande parte da população decidiu não sair de casa. Houve uma escalada de medo e violência, com assaltos, saques a lojas e ausência de transporte público, já que muitos profissionais se negaram a ir para as ruas diante da falta de segurança.
O movimento terminou após o governo do Estado entrar em acordo com os policiais, assumindo que não haveria novos procedimentos administrativos disciplinares e que os profissionais não seriam transferidos da Grande Vitória para o interior e vice-versa. O reajuste salarial não foi discutido nesse acordo.
Greve dos policiais no Ceará - 2020
Entre os dias 18 de fevereiro e 2 de março, parte dos policiais militares cearenses parou as atividades. Na ocasião, foram registrados 364 assassinatos, um aumento de 138% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O movimento durou 13 dias, até que os policiais votaram para terminar a paralisação. Na ocasião, houve garantia de investimento de R$ 495 milhões com o salário de policiais até 2022.
Greve da Polícia Federal - 2012
A Polícia Federal entrou em motim junto com outros órgãos, como a Polícia Federal Rodoviária e a Receita Federal. Foram 70 dias de greve e, aos poucos, o movimento foi perdendo força por conta de determinações da Justiça, como a que impôs mais que os 30% do efetivo que estava atuando na ocasião.
Greve dos policiais civis em São Paulo - 2008
Em setembro, policiais civis de São Paulo reivindicaram aumento salarial de 15% e reajustes de 12% nos dois anos posteriores. Já no dia 16 de outubro, houve um conflito entre policiais militares e civis, deixando 29 pessoas feridas. A greve durou 59 dias e mobilizou quase 90% dos policiais civis do Estado. A greve terminou por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), sem as demandas atendidas.
Greve dos policiais em Minas Gerais - 1997
Em julho de 1997, a Polícia Militar de Minas Gerais organizou a primeira greve da categoria na história. Havia descontentamento com as condições de trabalho, e a morte do cabo Glendyson Costa, de 31 anos, tentando impedir o assalto a uma casa lotérica, deixou a categoria mais revoltada. O movimento durou 14 dias e terminou com reajuste salarial de 48,2% para cabos, sargentos, soldados e subtenentes da PM.