A mãe do bebê Pietro Emanuel Viana da Silva, de 1 ano e 5 meses, foi condenada a 8 anos de prisão, inicialmente em regime semiaberto, quatro anos após o menino ser espancado até a morte pelo padrasto, no dia 24 de fevereiro de 2021. Larissa Estefane Nascimento da Silva foi julgada pelo Tribunal do Júri, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (24 de março), e considerada culpada por omitir socorro ao filho.
O conselho de sentença, formado por quatro mulheres e três homens, condenou Larissa por homicídio com emprego de meio cruel (espancamento) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um bebê em situação de vulnerabilidade. A mãe da criança também foi condenada por omissão, pois a investigação concluiu que as agressões do padrasto ao menino eram recorrentes e que ela tinha conhecimento, mas nada fez para impedir.
+ Relembre: Mãe e padrasto são presos suspeitos de espancar bebê de 1 ano até a morte em BH
Larissa, ao depor no julgamento, afirmou que era constantemente ameaçada pelo companheiro e, por isso, sentia muito medo dele. Em sua defesa, disse que não estava em casa quando o filho foi espancado até a morte. Segundo seu relato, ao chegar, acreditou que o menino já estivesse dormindo. No dia seguinte, foi trabalhar normalmente.
A mãe de Pietro afirmou que só na noite do dia seguinte percebeu que o filho estava com a boca roxa e hematomas. No entanto, não soube explicar por que não o levou ao hospital mais cedo. Ela saiu presa imediatamente após o julgamento.
Padrasto já havia sido condenado há 30 anos de prisão
O padrasto do menino, Dalmo Henrique Ferreira Oliveira, foi o primeiro a ser condenado pela Justiça, ainda em fevereiro de 2022. A sentença, também do I Tribunal do Júri, o condenou a 30 anos de prisão por espancar o enteado até a morte.
Relembre o caso
A Polícia Militar foi acionada por médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leste, em Belo Horizonte, após a criança dar entrada com vários hematomas pelo corpo, no dia 24 de fevereiro de 2021.
A médica constatou lesões no queixo, crânio e tórax do menino, além de uma fratura na perna esquerda. Apesar dos esforços da equipe médica, Pietro não resistiu.
Inicialmente, a mãe do menino, então com 19 anos, mentiu aos policiais, alegando que o filho havia sido atacado por cachorros no centro de BH. O padrasto repetiu a versão, mas se contradisse ao errar o local e a hora do suposto ataque, o que despertou suspeitas.
Diante das contradições e da frieza por parte do casal, que não demonstrou tristeza com a morte do menino, a polícia prendeu os dois ainda naquele dia, após ouvir os médicos, que apontaram indícios de espancamento.
A agressão até a morte foi confirmada, posteriormente, com a investigação da Polícia Civil. A instituição também concluiu que o padrasto tinha a intenção de matar.