O engenheiro civil Rafael Batista Bicalho, de 27 anos, sentará no banco dos réus do Tribunal de Júri, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, onde será julgado pelo conselho de sentença — formado por sete cidadãos — por tentar matar o agora médico Henrique Papini, de 30 anos, na saída de uma boate no bairro Olhos d’Água, na região Oeste, no dia 7 de setembro de 2016. O julgamento está marcado para começar às 8h desta quinta-feira (27 de março).
No fórum, o advogado de defesa de Bicalho, Zanone Júnior, vai defender outra tese. “O que a gente vai mostrar é que houve uma briga, que teve consequências porque as lesões (sofridas por Papini) estão aí. Agora, falar que houve uma premeditação não, o processo não demonstra isso”, argumenta.
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Já Papini, por meio de nota divulgada recentemente, alegou que o argumento de que Bicalho queria apenas praticar lesões corporais já foi apreciado pelo Judiciário à luz das provas, e ficou estabelecido que ele teve a intenção de matar, não conseguindo apenas porque foi impedido por terceiros. "É fato que Rafael já havia me seguido e ameaçado, deixando clara a sua intenção violenta. Suas atitudes e as consequências da agressão falam por si", ressaltou o médico.
Relembre o caso
Henrique Papini foi agredido ao deixar a boate Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, na região do Barreiro, em BH, no dia 7 de setembro de 2016. Segundo o inquérito da Polícia Civil, a motivação foi o ciúme, visto que a vítima teria ficado com a ex-namorada do suspeito. Bicalho, inclusive, teria ameaçado Papini anteriormente por conta do relacionamento.
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Durante as investigações, que duraram pouco mais de dois meses, 12 pessoas foram ouvidas, entre testemunhas, suspeitos e a própria vítima. Inicialmente, havia quatro envolvidos, mas Hélio Alberto Borja Brum, 19, e Felipe Alvim Gaisler, 18, não foram responsabilizados. Além do indiciamento de Rafael Batista Bicalho, 19, por tentativa de homicídio, Thiago Motta Vaz Rodrigues, 20, foi indiciado por lesão corporal.
A gravidade do estado de saúde de Papini foi um dos fatores que levaram ao indiciamento de Bicalho por tentativa de homicídio. O inquérito da PCMG também indicou motivo fútil — registrado como ciúmes da ex-namorada — e a impossibilidade de defesa da vítima, que foi surpreendida e chegou a ficar inconsciente, segundo a investigação.