Usuários do programa Farmácia de Minas denunciam a falta de diversos medicamentos na unidade localizada em Belo Horizonte. A ausência foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que, em nota, destacou que 48 remédios estão sem estoque. A escassez, segundo a pasta, ocorre por “diversos fatores”, entre eles o processo de aquisição.

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Em abril, uma lista foi afixada na unidade da capital mineira informando alguns dos medicamentos “ausentes”. Entre eles estão a memantina, indicada para o tratamento da doença de Alzheimer em estágios moderados a graves, e o fumarato de dimetila, utilizado no controle da esclerose múltipla.

Dos 48 medicamentos em falta, conforme apontado pela SES-MG no posicionamento encaminhado a O TEMPO, 19 estão em processo de aquisição, 10 com atraso na entrega pelo Ministério da Saúde, nove aguardando a entrega pelo fornecedor, quatro aguardando a entrega pelo Ministério da Saúde, quatro com atraso na entrega pelo fornecedor e dois em processo de troca de apresentação ou fabricante junto ao fornecedor.

Apesar da ausência desses 48 itens, a secretaria ressaltou que, na distribuição de abril — atualmente em execução e destinada ao atendimento dos pacientes ao longo do mês —, 229 medicamentos apresentaram abastecimento regular, correspondendo a cerca de 78% do total.

“Outros 16 itens tiveram abastecimento parcial, com distribuição suficiente para atender entre 41% e 79% da demanda”, informou a SES-MG.

Usuário frustrado

O representante comercial Fernando Luis Rodrigues Antunes, de 45 anos, relatou frustração ao chegar à Farmácia de Minas nesta terça-feira (13 de maio) e constatar que apenas um dos seis medicamentos que buscava estava disponível. “Parece que estamos andando para trás. Me disseram que antes era fácil fazer as retiradas, mas agora está bem mais complicado”, lamentou.

Segundo ele, na tentativa de retirar os medicamentos prescritos pelo médico, foi informado de que alguns estavam em falta e que outros exigiriam mais documentação.

“Os remédios são para o meu pai, que sofreu um AVC hemorrágico e desenvolveu um quadro de demência. A atendente me disse que o medicamento não corresponde ao CID informado pelo médico”, contou. CID é a sigla para Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.

Fernando Antunes lamentou a falta de remédios (Videopress Produtora)

Diante da situação, Antunes afirmou que a única alternativa será buscar os remédios por conta própria: “Vamos ter que correr atrás de toda essa burocracia, talvez até por vias judiciais. Mas, até lá, é trabalhar e comprar o remédio, porque com saúde não se brinca.”

A Secretaria de Saúde reforçou o compromisso em atender com qualidade e pontualidade às necessidades da população. “Para isso, tem realizado esforços contínuos para solucionar os desafios relacionados ao abastecimento de medicamentos, garantindo maior eficiência no atendimento aos cidadãos. Os usuários podem acompanhar a disponibilidade dos itens diretamente no aplicativo MGApp, que é atualizado diariamente pelos estabelecimentos dispensadores, facilitando o acesso à informação”, complementou a SES-MG.