A divulgação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que coloca Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, como a 17ª cidade mais violenta do Brasil, gerou reação do governo de Minas. A administração estadual contestou os dados apresentados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

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Segundo o levantamento, a taxa de mortes violentas em Teófilo Otoni é de 58,2 por 100 mil habitantes. No entanto, a Sejusp afirmou que o índice “não reflete com precisão a dinâmica da criminalidade urbana no município”.

De acordo com o governo, esse número foi diretamente impactado pela inclusão das 39 vítimas do grave acidente rodoviário ocorrido em 21 de dezembro de 2024, na BR-116. “O registro das vítimas foi enquadrado como homicídio doloso – crime que integra o rol das Mortes Violentas Intencionais (MVI)”, explicou.

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O governo de Minas argumenta que, desconsiderando essas mortes e levando em conta a população estimada de 137.418 habitantes, foram contabilizados 41 casos de mortes violentas em 2024. “A taxa real seria de aproximadamente 29,84 mortes por 100 mil habitantes – muito distante de um possível ranking das 20 cidades mais violentas do país”, justificou.

“A utilização de um evento isolado e de grande proporção, como o mencionado acidente, em um cálculo que deveria refletir a violência cotidiana, pode causar interpretações equivocadas. Além disso, compromete a percepção social sobre a efetividade das ações de segurança que vêm sendo implementadas no município”, acrescentou.

O governo de Minas reafirmou o compromisso com a transparência dos dados, com o enfrentamento qualificado da criminalidade e com o respeito à vida.