A delegada Ana Paula Lamego Balbina, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, foi substituída do Comitê de Ética em Pesquisa da Academia da Polícia Civil. A mudança ocorre após a corporação oficializar o afastamento da delegada por 60 dias por questões de saúde.
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Em ato publicado nesta quinta-feira (28/8), Yukari Miyata, delegada-geral e diretora da Academia de Polícia Civil, anunciou a troca da delegada Ana Paula por uma professora. Não há informações se a mudança é temporária ou definitiva.
Ana Paula Lamego Balbino foi nomeada no Comitê de Ética há um ano, quando o grupo foi criado. Entre outros pontos, o comitê foi instituído para “defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos”. O órgão colegiado tem caráter multidisciplinar, interdisciplinar e independente, com “múnus público”, de caráter consultivo e de cunho deliberativo e educativo, que atua na defesa dos interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade.
No último fim de semana, a Polícia Civil oficializou o afastamento por 60 dias da delegada Ana Paula Lamego Balbino. O afastamento é válido desde o dia 13 de agosto, dois dias após o crime cometido pelo marido da delegada. O prazo pode ser prorrogado pela equipe médica da Polícia Civil. A policial declarou abalo psicológico e dificuldades no prosseguimento do trabalho.
Mesmo afastada do cargo, a delegada ainda responde a processo administrativo pela Corregedoria da corporação. A arma usada por Renê Júnior para cometer o crime era de uso pessoal da delegada. Ele confessou que pegou a arma sem que ela soubesse. “Diante das circunstâncias, a Corregedoria-Geral da instituição instaurou um procedimento disciplinar e inquérito policial para apurar, com rigor e transparência, todos os elementos relacionados à eventual conduta de uma delegada que possui vínculo pessoal com o suspeito detido”, informou a corporação na abertura do processo.
Nessa terça-feira (26/8), a Polícia Civil informou à reportagem que o inquérito policial e o procedimento administrativo instaurados para apurar, com rigor e transparência, todos os elementos que envolvem a eventual conduta praticada pela delegada ainda estão em tramitação na Corregedoria-Geral da instituição. Nenhum detalhe da investigação foi repassado. Desde o início do caso, a reportagem tenta contato com a delegada, mas sem sucesso.