A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) investiga a invasão de um apartamento ocorrida na madrugada do último domingo (3/8), no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um homem arrombou a porta do imóvel de uma mulher e, segundo relatos, também a ameaçou verbalmente. Ele teria se irritado com um carro estacionado na garagem do condomínio, que estaria impedindo a retirada de sua motocicleta. O veículo, no entanto, pertencia a um amigo da moradora e estava parado em uma área comum.
"O carro em questão, vale dizer, não era meu. Era de um amigo que havia pernoitado na minha casa e estava estacionado em área comum, sem causar obstrução grave. Mesmo assim, esse homem, tomado pela fúria, achou legítimo arrombar a porta da minha casa no meio da madrugada, ameaçar minha integridade física e violar completamente o meu espaço", relatou a mulher, que pediu para não ser identificada.
As agressões começaram por volta das 5h. De acordo com o relato feito à reportagem de O TEMPO, antes dos chutes na porta do apartamento, o homem teria tocado a campainha insistentemente. "A estrutura da porta tremia. Assustada e sem saber o que estava acontecendo, temi estar sendo vítima de um assalto e liguei imediatamente para a Polícia Militar", detalhou.
Ainda segundo a mulher, antes da chegada dos policiais, o homem riscou o carro com uma chave, causando danos ao veículo. "Minha porta está destruída, o carro do meu amigo foi danificado, e eu passei o dia no hospital, medicada, com atestado. Além do prejuízo material, carrego o trauma, a sensação de insegurança e o pensamento constante do que poderia ter acontecido se meu filho, de apenas 8 anos, estivesse em casa naquela madrugada", desabafou.
A Polícia Militar foi acionada, esteve no local e conduziu o homem e o amigo da moradora para a delegacia. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o caso segue em investigação pela Polícia Civil. "Foi uma agressão clara, covarde e absolutamente inaceitável. Uma invasão violenta ao meu lar e à minha dignidade. Não há justificativa para isso, que não é um caso isolado: é um reflexo de uma sociedade que normaliza a violência contra a mulher, inclusive dentro dos próprios condomínios", finalizou.