Foram presos, na noite dessa segunda-feira (15 de maio), dois suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada no furto de caminhonetes de luxo em estacionamentos e hotéis no entorno do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. O motorista, de 36 anos, e um técnico de informática, de 23, são suspeitos de furtarem 11 Toyota Hilux, avaliadas em mais de R$ 300 mil, desde fevereiro deste ano – sendo seis delas só no estacionamento do terminal aéreo.
O sargento Edmilson Ferreira, do 36º Batalhão da Polícia Militar (PM), conta que a corporação foi acionada pela administração do estacionamento do aeroporto de BH, que suspeitou após a entrada de um dos suspeitos no estacionamento. "Houve um furto na sexta-feira (12) de outra caminhonete e uma funcionária reconheceu o suspeito pelas filmagens. Ela nos avisou que eles estavam estacionados nos fundos, e fui até lá para verificar", detalhou o militar.
Assim que o sargento se aproximou, o motorista desceu do veículo, que também era uma Toyota Hilux, e, em seguida, o outro suspeito desceu do banco traseiro. Após verificarem os dados da caminhonete, os militares perceberam que o chassi não batia com a placa que, na verdade, pertencia a um Chevrolet Celta.
"Foi localizado com eles quatro chaves de fenda e um aparelho conhecido como 'chupa-cabra'. Eles instalavam os dispositivos nos veículos para zerar a quilometragem e conseguirem entrar sem o alarme disparar, fazendo a ligação do veículo. Os supseitos agiam de maneira sofisticada. Fizemos um levantamento e identificamos, desde fevereiro, 11 Hilux furtadas, sendo seis no aeroporto, três em Lagoa Santa e mais três na região de Vespasiano", enumerou Ferreira.
Após serem presos em flagrante, o suspeito mais velho acabou confessando que recebia um dinheiro para poder fazer esse serviço. Ele já foi, inclusive, preso ao tentar atravessar com uma Hilux do Mato Grosso do Sul para a Argentina. O motorista teria deixado a cadeia em 2021. Já o técnico de informática nunca havia sido preso.
O que diz o aeroporto sobre os furtos
Procurada pela reportagem de O TEMPO, a BH Airport, concessionária responsável pelo aeroporto internacional da capital mineira, afirmou que está contribuindo para as investigações da Polícia Civil. "Os pátios de estacionamento e as vias de acesso do aeroporto contam com câmeras de segurança 24 horas e todas as imagens foram repassadas à Polícia Civil para embasar as investigações", detalhou.
Por fim, a concessionária disse que trabalha em conjunto com os órgãos de segurança com o objetivo de "mitigar ações como essas no terminal e para reforçar a segurança dos estacionamentos".
Suspeitos deixavam caminhonete estacionada e saíam em outra
Questionado sobre como os suspeitos faziam para deixar o estacionamento, já que não teriam que ter um cartão de estacionamento válido, o sargento Edmilson Ferreira explicou que a dupla entrava com um veículo e o deixava no aeroporto. No dia seguinte, eles buscavam o carro. Nesse momento, eles diziam que haviam perdido o cartão e pagavam a diária.
"Eles pegavam o ticket e faziam o pagamento antes de sair. Falavam que iriam viajar para São Paulo, mas saiam no mesmo dia com o veículo furtado e, no dia seguinte, voltavam para buscar a outra. Essa é a primeira vez que eu vejo um crime desse tipo na região, me surpreendeu", pontuou o militar.
Após a prisão, os suspeitos foram conduzidos para a Delegacia de Plantão de Vespasiano, também na Grande BH. Procurada, a Polícia Civil confirmou que a dupla teve a prisão ratificada pelos crimes de adulteração de sinal identificador de veículo e receptação.
"Após os procedimentos de polícia judiciária, eles serão encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça. As investigações seguem em andamento", completou a instituição policial.