Apesar de conduta ilibada estar entre os pré-requisitos obrigatórios para contratação de agentes socioeducativos no estado de Minas Gerais. O agente Willian Douglas Barbosa, de 38 anos, era um desses contratados, mas tinha passagem por lesão corporal.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública MG (Sejusp) ele era contratado desde 2015 e a agressão aconteceu depois disso. “O servidor tinha em seu nome um boletim de ocorrência por agressão, ocorrida após a sua contratação. O fato é apurado pela Corregedoria da Sejusp”, esclareceu por meio de nota. O órgão, entretanto, não informou o local de trabalho de Barbosa.
A ficha criminal do agente foi levantada durante ação da Polícia Militar em uma confusão que ele mesmo causou em um pagode no conjunto Jardim Filadélfia, na região Noroeste de Belo Horizonte, na noite de domingo (20). Consta no boletim de ocorrência, que Barbosa inconformado com um “fora” que levou de uma mulher, sacou uma arma de fogo e ameaçou as pessoas que estavam no bar.
Segundo informações da PMMG, o homem continuou com a arma em punho mesmo após três pedidos dos policiais para ele soltar o armamento. Barbosa acabou baleado pelos PMs. Depois dos tiros, o agente foi socorrido pelos militares e encaminhado à UPA Santa Terezinha, na região da Pampulha, mas ele morreu na madrugada da segunda-feira (21).
Segundo a Sejusp, a arma usada pelo agente era particular, já que o exercício do cargo não exige porte. “Agentes socioeducativos não possuem porte de arma para desenvolvimento de suas atividades. Portanto, a arma utilizada era de uso pessoal”, justificou a Sejusp.
Assedia e ameaça
Sob anonimato, uma amiga da mulher assediada pelo agente que estava no mesmo bar relatou tudo que aconteceu.“A gente chegou no bar e ele (o agente) já veio para cima dela passando a mão e dizendo que queria ficar com ela de toda maneira e pagaria quanto ela quisesse por isso. Ela ficou nervosa e o xingou. Aí ele não aceitou o “fora”, saiu do bar e pegou a arma no carro dele que estava na rua. Quando vimos ele armado voltando para o bar saímos correndo e gritando”, disse a amiga.
O dono do bar onde o pagode ocorria reforçou à polícia que o suspeito realmente ficou indignado depois do episódio de rejeição e iniciou uma série de brigas com alguns dos participantes da festa. Em dado momento, ele teria sacado a arma para ameaçar outras pessoas.
De acordo com moradores da comunidade o homem não tinha costume de frequentar o bar e ele parecia estar sob efeito de drogas e alcoolizado. “No bar sempre rola pagode e nunca teve problema antes disso. Esse homem nem tinha costume de vir aqui. Só veio para arrumar confusão”, relatou um morador que não quis se identificar.
Investigações
Segundo a Polícia Militar, como se trata de um crime militar, o fato é apurado pela própria corporação, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). Ainda segundo a PMMG, a ação foi considerada legítima e as armas dos três policiais ficam apreendidas e à disposição da Justiça. Os militares permanecem trabalhando, segundo a corporação.