A Polícia Civil ainda procura três pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha de flanelinhas que atuava no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte. Seis homens já foram presos nesta segunda-feira (2) depois que a polícia iniciou a operação, há cerca de dois meses.
Segundo delegado Flávio Grossi, a organização criminosa agia há pelo menos dois anos.
“Eles extorquiam as pessoas que queriam estacionar na região, dizendo que é uma região com alto índice de furtos, e, caso o valor pedido não fosse pago, o veículo ficaria desprotegido”, disse.
O valor pedido variava entre R$ 20 e R$ 50, dependendo do movimento da região, se a vítima fosse mulher ou estivesse sozinha.
“Além de pegar o dinheiro das vítimas, os suspeitos arrombavam os carros para cometer furtos e saíam muito antes das vítimas retornarem”, acrescentou.
Veja o flagrante de um carro sendo arrombado:
A polícia conseguiu identificar que o bando era chefiado por um homem, responsável por alocar seus comparsas em pontos considerados estratégicos. Cada um dos flanelinhas tomava conta de um quarteirão e repassavam 50% do valor arrecadado ao líder.
“A quadrilha, além de cometer os furtos, também indicava a outros bandidos para que cometessem o mesmo crime”, disse.
Durante a prisão dos seis suspeitos, a polícia encontrou com um deles R$ 800 que teria sido arrecadado em apenas uma noite. A polícia não conseguiu mensurar o número de vítimas.
Outro detalhe que chamou a atenção da instituição foi o fato de todos agirem de forma similar e coordenada. “Todos os suspeitos usavam coletes de cor laranja e com adesivos reflexivos, o que dava a impressão de serem cadastrados. Eles agiam no mesmo horário”, afirmou.
Histórico
Todos têm passagem pela polícia por exercício ilegal da profissão de flanelinha, furto a veículos e alguns têm por extorsão em outros pontos de Belo Horizonte.
O delegado pediu a prisão temporária, de cinco dias, e pretende pedir a renovação, e, posteriormente, a prisão preventiva dos suspeitos. “Eles têm um agravamento nos crimes, há uma soma de penas”, disse.
Cuidados
Segundo o delegado, a população pode se prevenir deste tipo de golpe observando as identificações dos guardadores. “Os flanelinhas que estão cadastrados pela Prefeitura de Belo Horizonte usam um colete com numeração e crachá. Além disso, os profissionais não podem exigir, de forma alguma, o pagamento pelo serviço”, orientou.