Preocupação

Atendimento a crianças com doenças respiratórias aumenta 289% em hospital de BH

Hospital infantil é referência na rede pública para pacientes de toda a região Central

Por Simon Nascimento
Publicado em 06 de janeiro de 2022 | 15:52
 
 
 
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Unidade referência no atendimento pediátrico para a região Central de Minas Gerais, o Hospital Infantil João Paulo II registrou uma média de 107 atendimentos, por dia em dezembro de 2021, a crianças com doenças respiratórias. Ao todo, 3.327 pequenos foram atendidos na unidade, administrada pela Fundação Hospitar de Minas Gerais (Fhemig). 

Se considerado os dados de todo o segundo semestre de 2021, o aumento no número de atendimentos foi de 289%, se comparado com o mesmo período de 2020. Ao todo, foram 13.755 pacientes do público infantil atendidos na unidade de julho a dezembro. A alta ocorreu justamente em um período de avanço na imunização contra a Covid-19 em adultos e adolescentes, além da flexibilização do comércio e serviços.

A combinação de fatores deixou os pequenos mais vulneráveis à infecção pelo coronavírus e por outras doenças respiratórias como a gripe causada pelo Influeza A/H3N2. Para tentar ampliar a assistência, o governo do Estado afirmou que vai instalar mais dez leitos de Centros de Tratamento Intensivo (CTI) e contratar mais um pediatra para atuar no  hospital. 

A oferta mais ampla de leitos, todavia, depende da contratação de profissionais em processo que está em andamento, informou a Fhemig. “Temos quatro pediatras, vamos para o quinto em janeiro, nunca se teve tanto pediatra no PA (pronto-atendimento) do João Paulo II', explicou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. 

Cuidados

A médica Daniela Caldas, do departamento científico de infectologia pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria, destaca que o avanço na imunização de outros públicos aumentou a prevalência de casos de Covid-19 nas crianças, que só devem ser vacinadas a partir do final de janeiro. 

Na avaliação dela, o momento é de cautela dos pais e responsáveis com os pequenos. "Mesmo com o histórico de crianças sendo acometidas com casos leves podemos ter depois problemas como a Covid longa, outros podem precisar de atendimento médico e alguns podem evoluir para um quadro mais grave. Então quando se vacina a população infantil reduz-se a taxa de circulação do vírus nesta comunidade, ajudando a mitigar a pandemia", opina. 

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