A destinação final do lixo gerado por cerca de 140 mil habitantes do Sul de Minas se tornou um impasse que se arrasta há três anos. Seis prefeituras da região se uniram, em 2006, e contrataram a empresa LM Tratamento de Resíduos, instalada na capital, para construir uma usina de compostagem e um aterro sanitário. Mesmo tendo quitado parte do serviço, os municípios não têm previsão de quando a obra será feita, devido à morosidade dos órgãos ambientais em analisar o caso.

Os moradores das cidades de Arceburgo, Cabo Verde, Guaranésia, Monte Belo, Muzambinho e São Pedro da União geram, juntas, uma média de 50 t de lixo por dia. Enquanto o Estado não conclui a avaliação do licenciamento da obra, quem pode sofrer os prejuízos é o próprio meio ambiente. Muzambinho e Cabo Verde devem deixar de usar o aterro controlado de Guaranésia e recorrer aos lixões, alternativa degradante que põe em risco a saúde pública e os lençóis freáticos.

Contrato. De acordo com o prefeito de Arceburgo, Antônio Roberto da Costa (PSDB), a LM receberia o pagamento das quatro primeiras mensalidades para estudar a área onde seria o empreendimento e conseguir as devidas autorizações para executar a intervenção. O local escolhido fica em Guaranésia. No entanto, após o quinto mês de assinatura do contrato, nenhuma licença foi expedida. Dois municípios cancelaram o pagamento por classificarem a situação como quebra de contrato.

O valor firmado com a LM era proporcional à quantidade de lixo gerado, mas, somando os seis municípios, chegava a R$ 139 mil mensais. "O consórcio não morreu e já acionamos a Justiça, mas como estou na divisa com São Paulo, negocio com outras cidades uma saída", afirmou Costa. Arceburgo dispõe de um aterro controlado, que, segundo o chefe do Executivo, tem uma vida útil de mais quatro anos.

Na avaliação do prefeito de São Pedro da União, Paulo Honório (PMDB), houve morosidade para avaliar o projeto pelo Estado. "Há rumores na cidade de que o problema seria a inadimplência, mas não é. As análises dos estudos feitos na área pretendida estão demorando muito. O aterro sanitário é a forma mais eficiente para não agredir o meio ambiente", reforçou Honório. A cidade também dispõe de um aterro controlado. A reportagem tentou contato com a LM Tratamento de Resíduos, mas ninguém foi localizado.