O rompimento da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, completa cinco anos nesta quarta-feira (25 de janeiro), e, para mostrar que a memória da tragédia permanece viva e cobrar por Justiça, centenas de atingidos pela barragem se reúnem em uma série de atos na cidade da região Central do Estado. Clique nas setas em cima da imagem em destaque para assistir à galeria. 

São homenagens às vítimas e manifestações por Justiça: a tragédia que matou 272 pessoas completa cinco anos sem que os 16 réus no processo que corre na Justiça Federal tenham sido condenados. Uma missa é celebrada às 9h. O ato religioso seguirá com uma romaria até o letreiro da cidade, onde 272 balões serão soltos no mesmo horário em que a barragem se rompeu.

Relatos de atingidos pela barragem 

  • "O que a memória ama permanece vivo, e aquilo que não é dito não é lembrado. Nós jamais permitiremos que esse crime caia no esquecimento". O desabafo de Andressa Aparecida Rodrigues, mãe de uma das vítimas do rompimento da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.
     
  • "É mais um dia de tristeza, do sentimento que estamos sozinhos. Vivemos com a água mineral que a Vale fornece, do caminhão pipa da Copasa. Não temos mais água para a agricultura, para fazer aquilo que fazíamos antes. Hoje, temos sede. Sede de água, de Justiça", expõe agricultora Maria Aparecida Soares, irmã de uma das vítimas e moradora da comunidade do Tejuco, em Brumadinho.
     
  • "Foi um crime contra o meio-ambiente, sem ele não existe vida. Essa tragédia exterminou o nosso projeto de vida. Não temos mais como caçar, como pescar, como cultivar. É um crime sem fiança, o dinheiro não compra um rio, um peixe, uma árvore. Precisamos que a Justiça possa valer para todos aqueles que perderam entes-queridos e que foram afetados", fala o Cacique Sucupira, da comunidade indígena Naô Xohã, localizada às margens do rio Paraopeba, em São Joaquim de Bicas, na região Central do estado.