Em alerta

Casos de doenças respiratórias em crianças dobram, e BH se prepara para 'crise'

Segundo a prefeitura, o número de socorro pediátrico saltou de 6.122 para 12.466 nas unidades de saúde da capital entre fevereiro e março

Por Raíssa Oliveira
Publicado em 10 de abril de 2024 | 11:46
 
 
 
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O número de atendimento a crianças com sintomas respiratórios dobrou em Belo Horizonte entre os meses de fevereiro e março deste ano. Segundo a prefeitura, o número de socorro pediátrico saltou de 6.122 para 12.466 nos 152 centros de saúde e nas nove Upas da capital - um aumento de 103%. Diante do aumento de casos, a cidade se prepara para uma disparada das doenças respiratórias, que deve durar até julho.

“Estamos nos preparando para enfrentar uma crise de doenças respiratórias. Os efeitos da Covid ainda refletem nos nossos centros de saúde e precisamos estar preparados. A dengue está caindo,espero que tenhamos a mesma eficiência no atendimento a doenças respiratórias”, afirmou o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD).

Segundo o Executivo municipal, as crianças são o público mais vulnerável às doenças respiratórias. A situação já é observada através dos números. Em fevereiro, as nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade atenderam 1.638 crianças com suspeitas de casos respiratórios, número que saltou para 3.090 em março, um aumento de 88%.

A mesma situação é percebida nos centros de saúde da capital. No mês de fevereiro, por exemplo, foram 4.484 atendimentos pediátricos devido às doenças respiratórias. Em março os números subiram para 9.376, um crescimento de 109% na busca por atendimento médico.

Diante do cenário, a PBH prepara investimento de R$ 13 milhões no plano de enfrentamento à “crise”, que inclui ainda a contratação de pessoal, abertura de centros de saúde aos finais de semana, capacitação dos profissionais, oferta de teleconsultas e a continuidade da aplicação de vacina contra a gripe nos 152 centros de saúde da cidade.

Até o momento, já foram abertos 30 leitos pediátricos na cidade, sendo 20 no Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HOB) e 10 na Santa Casa. Nesta quarta-feira (10) foram disponibilizados mais 30 leitos no Hospital Universitário Ciências Médicas. A rede terá ainda mais 12 leitos no Hospital da Baleia, 13 no HOB, e 10 no Hospital Infantil João Paulo II, totalizando 95 leitos específicos para o atendimento de crianças com sintomas respiratórios.

"Estamos vivendo, ao mesmo tempo, três cenários na capital. O de epidemia da dengue e outras arboviroses, o de aumento de casos de doenças respiratórias e a alta demanda em todas as nossas portas de atendimento. Por isso, já iniciamos as ações de enfrentamento, com reforço de profissionais e articulações com hospitais que atendem a rede SUS-BH. Estamos fazendo reuniões rotineiras e sensibilizando essas instituições a ampliar a oferta de leitos, tanto adulto quanto infantil, afirmou o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias.

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Dia D

Para ampliar a vacinação contra a gripe, a prefeitura prepara um Dia D de vacinação no próximo sábado. A ação acontecerá nos 152 postos de saúde da cidade e também contará com um ponto extra, montado no Parque Municipal de BH, que contará com ações de entretenimento para as crianças.

Contratações

A PBH garante ainda que vai contratar novos profissionais de saúde como forma de reforço de recursos humanos nas unidades da rede SUS-BH, como em UPAs e centros de saúde. A previsão é de mais de 360 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares administrativos. Além disso, as equipes que atuam no Samu também serão incrementadas, com o objetivo de agilizar as transferências por ambulância entre os serviços.

Especificamente para a assistência às crianças, a PBH explica que será contratado um terceiro pediatra para fortalecer os atendimentos nas UPAs. Já a assistência na regional Noroeste continuará a ser prestada no HOB. Para ampliar o acesso, haverá atendimento pediátrico na UPA Centro-Sul durante esse período de sazonalidade de doenças respiratórias.

Atualmente, esse cuidado é prestado no Hospital Infantil João Paulo II, da rede Fhemig, que fica na mesma regional e concentra o atendimento desses pacientes.

Para garantir a assistência às crianças atendidas em centros de saúde que ainda não possuem pediatra no quadro de profissionais, as vagas serão cobertas por médicos generalistas, que também são capacitados para atender esse público.

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