Saúde

MG amplia leitos para atender crianças com doenças respiratórias durante o frio

Proximidade do período seco e frio leva a aumento de doenças respiratórias em crianças; o número de leitos disponíveis passa de 16 para 26.

Por Raquel Penaforte
Publicado em 26 de março de 2024 | 13:23
 
 
 
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Com a proximidade do período seco e frio, que leva ao aumento de doenças respiratórias em crianças, o governo de Minas Gerais disponibilizou mais 10 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) infantil. Atualmente, mais de 80% das vagas de UTI em unidades de saúde pública do Estado em Belo Horizonte já estão ocupadas. O número de leitos disponíveis passa de 16 para 26.

"A dengue veio forte este ano, mas já estamos com uma mudança no padrão de doenças epidemiológicas. Ou seja, as doenças respiratórias, principalmente nas crianças. No hospital João Paulo II, as doenças respiratórias equivalem a 70% dos atendimentos, e os leitos de terapia intensiva, que há dois meses estavam 50% ocupados, a lotação atual já varia entre 80% e  90%. Por isso, abrimos mais 10 leitos, que já estão à disposição ", disse o secretário de saúde Fábio Baccheretti.

Segundo o chefe da pasta, para a abertura dos dez novos leitos no hospital João XXIII — que compõem o Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência da rede Fhemig — foram investidos cerca de R$ 1,5 milhão. Além da abertura dos leitos, houve também um aumento na equipe: com a contratação de cinco enfermeiros, 13 técnicos de enfermagem, nove médicos intensivistas pediátricos e dois fisioterapeutas respiratórios.

"Para este CTI funcionar, precisamos de pelo menos nove médicos. Então, é uma equipe grande de pediatras, além dos sete pediatras diários que trabalham no hospital João Paulo II. Então, no pronto atendimento, a gente teve um aumento e aqui também no João XXIII um aumento na contração de enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem. Um investimento grande, mas serão dois ou três meses de grande volume, e depois a gente vê a tendência de queda e a gente desmobiliza", pontuou.

Prevenção

Nesta segunda-feira (25 de março), Minas Gerais iniciou a campanha de vacinação contra a gripe, com a aplicação da vacina trivalente, que protege contra a Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B. Além do público prioritário (idosos com 80 anos ou mais, gestantes e puérperas), crianças de 6 meses a 5 anos 11 meses e 29 dias também estão aptas a receber o imunizante.

"A influenza é um vírus que todo ano vem. Geralmente, um vírus novo, que vem do hemisfério norte, e a vacina vem atualizada, portanto, é importante atualizar  a imunização anualmente", alertou o secretário.

Baccheretti também fez um alerta para a vacinação contra a Covid após o Brasil registrar aumento no número de casos e óbitos. "Falamos muito em dengue, mas o número de óbitos de Covid este ano foi quase o dobro. A melhor forma de evitar esta doença é tomando a vacina. Lembrando que as crianças com menos de 6 meses ainda não tomaram a vacina e nunca tiveram a doença, então, elas são um grupo de risco e precisam ser imunizadas", completou.

Sinais de alerta

Conforme o secretário, a bronquiolite é motivo de alerta. Isso porque ela é uma das principais doenças respiratórias, e atinge as crianças, sobretudo as menores de dois anos. O secretário avalia ser necessário adotar cuidados com a prevenção para evitar a propagação dos vírus.

"É uma doença com alta taxa de conversão para internação, ou seja, as crianças internam para usar oxigênio, porque os brônquios, que são muito pequenininhos e é por onde passa o ar, eles fecham. Então, a criança precisa do oxigênio, e isso pode evoluir deixando o caso mais grave", explica.

O secretário acrescenta a necessidade de cuidados também com as pneumonias virais e bacterianas. "Além disso, temos outras doenças respiratórias, ora causadas pelo próprio vírus da Influenza, mas também por outros vírus e bactérias, que, nesta época, circulam mais. Então, aos pais, lembrar que, caso tenha alguma doença já se iniciando, é importante evitar levar a criança para a escola, diminuindo a chance de disseminar a doença", orientou.
 

 

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