Moradores e comerciantes do bairro Água Branca, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte estão revoltados com a possibilidade do corte das árvores que ficam no parque linear da avenida Teleférico Um, uma das principais vias de acesso ao bairro.

Segundo os moradores, a Prefeitura de Contagem pretende alargar a via nos dois sentidos para construir corredores de ônibus e, para isso, no projeto consta que as árvores sejam suprimidas.

Como forma de protesto, há cerca de quinze dias, os moradores instalaram nas árvores fitas verdes e pretas, além de placas pedindo que elas não sejam derrubadas. “Nós colocamos porque somos contra a derrubada das árvores. Quer investir em mobilidade? Investe no metrô. É um transporte limpo, barato, seguro e carrega mais gente”, pontuou o aposentado Sebastião Ricardo Souza, 54.

Segundo ele, além do prejuízo ambiental gerado pelo possível corte das árvores, a mudança na via pode trazer prejuízos e transtornos aos moradores, pois temem que o trânsito pesado da BR-040 migre para a avenida após as obras. “Você sabe o que é a BR-040? É ela entrando aqui. Aqueles caminhões que vem do Ceasa, você acha que eles vão no Cidade Industrial para virar? Vai vir tudo pra cá. As casas não aguentam, vão tudo trincar”, completou Souza.

Transcon

De acordo com o vice-presidente da Transcon, Leonardo Reis, as obras que visam a construção do corredor de ônibus abrangem além da avenida Teleférico Um, a avenida Babita Camargos e a João Gomes Cardoso. Nas duas últimas as obras já estão em andamento e na avenida Teleférico Um a previsão e de que sejam iniciadas nos primeiro meses de 2020. “Nos apresentamos a eles a proposta em duas audiências. O projeto realmente prevê que 118 árvores sejam suprimidas, mas outras 352 vão ser replantadas”, explicou.

Reis também explicou que estão previstas melhorias nas praças dos trechos como por exemplo a implantação de rampas de acessibilidade. O gestor afirmou que a dificuldade tem sido lidar com o sentimento dos moradores. “Há pessoas que plantaram árvores no local há 30 anos atrás e não quer que corte. Não há argumento técnico para isso. A gente respeita o sentimento das pessoas, mas o projeto é para um bem maior”, pontuou.

Ministério Público

Os moradores afirmaram que já fizeram um abaixo assinado contra a obra e entregaram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Nas redes sociais, os moradores também afirmam que a obra já estaria embargada. Apesar disso, a Transcon informou que até o momento não foi notificada de qualquer decisão. “Com isso o calendário de obras deve seguir normalmente”, finalizou Reis.