A defesa da mãe das crianças encontradas com desnutrição num apartamento no bairro Lagoinha, na região Noroeste de Belo Horizonte, vai pedir a realização de exames, com o objetivo de averiguar vestígios de medicamentos na corrente sanguínea da mulher, de 30 anos. 

A solicitação foi informada a O TEMPO pela advogada Andrezza Araújo, que faz a defesa da mulher que está presa desde o início de fevereiro, suspeita de matar um dos filhos, de 4 anos, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Toda vez que ela comia acabava apagando. A suspeita é que algo era colocado no alimento”, conta a defensora.

O que sabemos sobre o caso

A mulher revelou para a advogada que era praticamente escravizada e até mesmo sofria violência sexual no período em que viveu numa fazenda da cidade da Grande BH. Ela recebeu a proposta de trabalho ao chegar à capital mineira e ser abordada pela dona da propriedade na rodoviária.

“Vamos pedir exames para que seja verificado a presença ou não de vestígios de medicamentos na corrente sanguínea. Ela tem marcas de agressões pelo corpo, mas diz não se lembrar do que aconteceu. Isso gera suspeita. Essa mulher veio de Brasília com a família, é muito humilde, sequer consegue se expressar direito. Ficou o tempo todo impedida de sair da fazenda”, diz a advogada. 

Tentativa de fuga 

Ao receber a proposta de trabalho na propriedade rural, a mulher, segundo a defensora, foi informada que ela iria atuar na cozinha, enquanto o companheiro dela na plantação.

“Durante uma conversa que tive com ela nessa quinta-feira (23), ela revelou que tentou fugir por duas vezes. Depois disso, o filho da patroa passou a trancá-la em um barracão com corrente ao término do serviço. Somente conseguiu deixar o local quando o filho, que acabou morrendo, passou mal. Mesmo assim, ela teve que implorar para que acontecesse a liberação”, revelou.

A mulher está detida no Presídio Feminino de Vespasiano. A defesa vai solicitar a soltura junto ao poder judiciário.