A Polícia Civil apura um possível erro na linha de produção da Backer. Segundo uma fonte ligada às investigações, essa é a principal hipótese estudada pela instituição após laudos do órgão apontarem para a presença do dietilenoglicol (DEG) – substância anticongelante de uso comum na indústria e tóxica para o ser humano – em amostras de cerveja da marca.
A teoria de uma suposta sabotagem, levantada nas redes sociais e pela própria cervejaria, não foi descartada. Entretanto, conforme uma fonte ligada às investigações, essa versão é a menos provável.
Caso fique comprovada a contaminação de todo o lote, com 33 mil cervejas Belorizontinas, da Backer, esse vai ser o primeiro caso de adoecimento de pessoas por dietilenoglicol após consumo de cerveja no mundo, garante o presidente da Associação Brasileira de Cervejarias Artesanais (Abracerva), Carlo Lapolli.
Ele explica que o processo de produção de cerveja em condições normais é bastante seguro. “O dietilenoglicol é usado para fins de refrigeração da fábrica. Na maioria das vezes, as cervejarias usam etanol. Mas, quando utilizada, a substância fica dentro de uma espécie de serpentina ao redor do refrigerador, sem contato com a cerveja”, explica.
Porém, ele admite que, mesmo pequena, existe, sim, uma chance de haver uma falha nessa produção. “Pode haver uma falha de algum equipamento que permitiu a migração da substância no exterior para a área onde está a cerveja. Mas, em uma perícia, esse problema seria facilmente identificado”, garante.
Ele lembra, contudo, que as máquinas são feitas de aço inox e devem passar por análise da equipe constantemente para se evitar que qualquer erro passe despercebido. “A probabilidade de acontecer vazamento é pequena. Mas talvez uma sequência de causas pode ter contribuído para o incidente, como uma desatenção aqui, uma falha do equipamento lá”, afirma.