Embate

'Nós vamos pra Justiça', diz Kalil sobre impasse do reajuste de ônibus em BH

'Se quiserem entrar em greve, pararem carro, a gente tem a Justiça; o essencial', afirmou o prefeito; SetraBH diz que proposta segue contrato

Por Bruno Menezes
Publicado em 16 de dezembro de 2021 | 19:07
 
 
 
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Após a quarta reunião a portas fechadas realizada na sede da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) com representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) informou que não se chegou a um acordo para impedir o aumento das tarifas de ônibus da capital – o reajuste anual é previsto em contrato  e tradicionalmente ocorre no fim de dezembro. Kalil pontuou que a questão, agora, vai para a Justiça.

“Infelizmente, não houve acordo. Nós vamos seguir para a Justiça. O que a Justiça determinar, a prefeitura vai cumprir. Achamos que estávamos caminhando, mas realmente não encontramos caminho. Não há uma mesa de negociação, há imposição. Se quiserem entrar em greve, pararem carro, a gente tem a Justiça; o essencial. Mas todo o esforço vai ser feito”, apontou Kalil.

Proposta Absurda

Essa foi a quarta reunião em pouco mais de uma semana para discutir a contas do setor. Alexandre Kalil não quis detalhar a proposta feita pelo SetraBH, mas a classificou como “absurda”. 

“Nós entendemos o lado do transporte, mas entendemos também o lado da população. Estávamos dispostos a regulamentar a gratuidade de alguma forma para ajudar, mas o que pedem é impossível. Sinceramente, eu não me sinto confortável para atender uma reivindicação que, eu pessoalmente, acho absurda. A minha opinião não interessa, porque e não entendo”, afirmou duramente.

Sindicato

O presidente do SetraBH, Raul Lycurgo Leite, também optou por não dar detalhes sobre a proposta feita pelo sindicato, mas afirmou que ela foi construída a partir de parâmetros. “Não vou aqui dizer se a exigência foi ou não absurda, até porque não me cabe isso. Simplesmente a gente tem um parâmetro. E qual é o parâmetro? É o contrato”, disse. 

Lycurgo explicou que o reajuste da tarifa, no contrato, é previsto em uma fórmula paramétrica composta por uma lista de indicadores inflacionários, mas que ainda não está completamente fechada. “Você tem rodagem, carro, diesel, e a fórmula está muito mais próxima do IGPM do que o IPCA. Entretanto, nem todos os índices foram publicados”, ressaltou o presidente do Setra BH.

Estaca zero
 
Após a primeira reunião realizada com o SetraBH, no dia 9 de dezembro, Kalil garantiu que não haverá aumento da tarifa de ônibus na capital mineira neste ano. A última vez que a tarifa de ônibus subiu em Belo Horizonte foi em dezembro de 2018, quando passou de R$ 4,05 para o valor atual, de R$ 4,50. 

Kalil destacou  que as duas liminares impetradas na Justiça pelo SetraBH – para que o contrato do setor seja remodelado e que o aumento na tarifa seja garantido – já foram negados.

“Não tem prazo. Não tem fórmula paramétrica. A justiça negou que a prefeitura tenha que obedecer a fórmula. Não tem nada. A prefeitura não cumpriu de cá, eles não cumpriram de lá. Não vamos demonizar um lado e nem outro”, disse o prefeito.
 
O chefe do Executivo Municipal considera que as discussões, agora, retomam à estaca zero. “Agora nós temos que ver o andamento judicial. Enquanto não tem andamento, está tudo parado”, disse.
 
Atualizada às 20h49 do dia 16/12/2021
 

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