Fechada desde o início da pandemia, uma escola pública de Belo Horizonte foi usada como esconderijo de drogas para traficantes do bairro Primeiro de Maio, na região Norte de Belo Horizonte. A Polícia Militar (PM) chegou ao local após um rapaz, de 18 anos, ter sido torturado, levado um tiro na mão e pauladas na cabeça e nos braços. Ainda segundo a PM, os traficantes da área apontam o jovem como suspeito de desviar drogas do bando. O rapaz foi socorrido e levado para a UPA Primeiro de Maio.
A PM foi até à casa dele depois de ter recebido informações sobre uma pessoa baleada. O rapaz foi encaminhado para atendimento e, na UPA, ainda segundo a PM, teria contado que parte da droga estava escondida na Escola Estadual Professor Hilton Rocha. Os militares foram até o local indicado e conseguiram apreender o material, que estava escondido em uma estrutura metálica, de difícil acesso.
Um rapaz de 22 anos, apontado como olheiro do tráfico, foi visto próximo à unidade de ensino. Por já ter passagens por outros crimes, os militares o reconheceram. O suspeito porém, disse não saber a origem das drogas e que estava apenas usando a escola como local para dormir, entretanto, segundo denúncias recebidas pela PM, esse suspeito também fazia parte do bando.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, o olheiro do tráfico alegou que a vítima "estava errada" e que quase morreu depois de "passar pano" para o jovem baleado. A expressão signifca acobertar, defender alguém.
Por telefone, a família da vítima negou a versão apresentada pela Polícia Militar.
A polícia continuou as buscas pela região atrás de mais suspeitos e drogas. Em um dos endereços indicados, os militares encontraram mais substâncias ilícitas. Ao todo, foram apreendidas 1.172 buchas, 11 barras e 58 porções de maconha, além de 946 pinos de cocaína e 44 munições.
O suspeito que estava na escola e uma mulher, que se identificou como companheira de um dos envolvidos, também de 22 anos, foram conduzidos para Delegacia de Plantão da Polícia Civil. Durante a movimentação, pai e filho disseram à polícia estarem recebendo ameaçar por telefone. O casa foi repassado à Polícia Civil.