A Polícia Civil não descarta a possibilidade de que o segurança da presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte, José Rogério dos Santos, de 41 anos, tenha sido assassinado.
O delegado Rodrigo Bustamante, chefe do 2º Departamento de Polícia Civil em Contagem, afirmou, em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (16), que a corporação já ouviu seis testemunhas e deve ouvir outras três até o fim do dia. O corpo de Santos foi encontrado na última terça-feira (13) em uma lagoa na cidade de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele tinha uma perfuração na região da testa, feita por um disparo de arma de fogo, calibre 22.
Ao lado do corpo de Santos, foram encontrados um celular, uma arma calibre 22 e munição compatível com o armamento. A polícia já confirmou que a arma não é a mesma que o segurança usava no trabalho. De acordo com o delegado, quando estava em serviço, Santos utilizava uma pistola calibre 380, mas não a levava para casa. Também não há nenhum registro de posse de arma em nome dele.
Os investigadores conseguiram imagens feitas por câmeras de segurança que revelam que Santos saiu de casa a pé e seguiu diretamente para o local em que o corpo dele foi encontrado. Nos vídeos divulgados pela Polícia Civil, não foi identificado nenhum suspeito seguindo o segurança no caminho.
O perfil psicológico do segurança já foi traçado pela Polícia Civil. “O perfil do José Rogério era de um profissional competente, um familiar reservado, pacato e que transitava muito bem entre sua família e dentro do ambiente de trabalho”, descreveu o delegado durante a coletiva. Entretanto, segundo Bustamante, momentos antes de deixar a residência, ele se mostrou nervoso e foi visto chorando. Os parentes também contaram à polícia que ele estava apreensivo nos últimos dias, mas não souberam informar se ele havia recebido qualquer tipo de ameaça.
A força-tarefa montada para investigar o caso também tenta identificar a origem de uma ligação atendida por Santos pouco antes de ele desaparecer. Segundo o delegado Bustamante, o conteúdo pode ser fundamental para desvendar o caso, que ainda é um mistério. "A ligação é, sem dúvida, um elemento que deve ser considerado nesta investigação para traçar, caso haja a existência de um homicídio, qualquer relação com o encontro do corpo do segurança", afirmou o policial.
Outra possibilidade que não foi descartada é a de suicídio. A perícia constatou que a única lesão no corpo de Santos era uma perfuração na testa, feita de cima para baixo, provocada por arma de fogo. Boatos de que o homem teria hematomas pelo corpo foram desmentidos pela polícia. O laudo ainda não foi concluído para saber se havia vestígios de pólvora nas mãos do segurança, mas o delegado adiantou que não havia marca de pólvora no ponto de entrada do projétil. Quando constatado, esse sinal, chamado de tatuagem pelos policiais, ajuda a identificar se o tiro foi dado a curta distância.
O inquérito deve ser concluído em 30 dias.