A enchente que atingiu Sabará, na região metropolitana, na última sexta-feira (24), e deixou dezenas de pessoas desabrigadas e desalojadas, mobilizou parte da cidade, que agora trabalha para ajudar as vítimas na recuperação dos pertences.
Com quase todos os vizinhos atingidos, a aposentada Maria Noeme Moreira, 61, transformou a sua casa em um ponto de apoio no centro da cidade.
“O povo está todo ajudando. A gente vive aqui há anos, todo mundo conhecido, então tenho mais é que ajudar mesmo. Eu casei, tive filhos, tudo aqui. Eu fiquei desolada. Ainda não tive coragem nem para ir lá ver. É muito triste, construir uma casa, conseguir os trem e em poucos minutos perder tudo. Estou fazendo comida, café e almoço, e estamos recebendo doações”, afirmou.
O funcionário público Sidnei Lúcio da Costa, 60, que perdeu tudo na enchente, reconhece a ação da comunidade. “A gente tem que dar graças a Deus pelos amigos, a solidariedade das pessoas, e tem muita gente vindo ajudar, gente que eu nem imaginava e nem conhecia”, disse.
Após perder quase todos os pertences na enchente, a técnica em patologia clínica Adriana Massula, 39, também tenta ajudar o restante dos amigos.
“Assustou e pegou todo mundo de surpresa. Eu perdi 90% das coisas. Nunca imaginei. Tem 23 anos a primeira enchente, que foi com volume muito mais baixo de água. Agora é ajudar o pessoal. Estamos nos mobilizando para que ninguém fique desamparado ou passe necessidade. Acreditamos que houve um erro humano, na falta de prevenção e cuidado, e vamos atrás dos nossos direitos. Vai ser bem difícil daqui pra frente”, afirmou.