Cerveja contaminada

Sindbebidas rebate Backer: 'Querem levar o mercado inteiro para a mesma vala'

Segundo Marco Falcone, entidades do mercado cervejeiro estudam entrar com uma ação criminal contra a Backer por calúnia

Por Franco Malheiro
Publicado em 04 de março de 2020 | 19:52
 
 
 
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O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas), Marco Falcone, afirmou nesta quarta-feira que o setor cervejeiro recebeu com indignação as declarações do advogado da cervejaria Backer, Estêvão Nejim. Durante audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o defensor disse, sem entrar em detalhes, que laudos e análises identificaram "traços, chamados de sinais instrumentais, de mono e dietilenoglicol em várias outras marcas de cerveja”.

Segundo Falcone, entidades do mercado cervejeiro estudam entrar com uma ação criminal contra a Backer por calúnia. "Estamos todos revoltados com essa fala. Querem levar o mercado inteiro para a mesma vala que eles cavaram por um erro deles. Não podemos aceitar uma mentira dessa", destacou Falcone. "O tempo inteiro tentamos os defender, e, agora, eles mentem dessa forma. A Associação Brasileira de Cervejas Artesanais (Abracerva), da qual sou dirigente, estuda entrar com uma ação criminal contra eles", enfatizou.  

De acordo com empresário, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recolheu diversas amostras de outras cervejarias de Belo Horizonte, e não foram encontrados indícios das substâncias em nenhuma delas. 

"A Backer optou por utilizar uma substância tóxica em seus processos, que nenhuma outra cervejaria utiliza. Como já cansei de falar, nós, de outras cervejarias, utilizamos etanol para não haver risco de contaminação", concluiu Falcone.

Mapa também desmente Backer

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também desmentiu a informação repassada pelo advogado Estêvão Nejim. De acordo com o órgão, foram coletadas mais de uma centena de amostras de cervejas de diversas marcas, e, até então, todos os resultados já concluídos deram negativo para a presença de dietilenoglicol e monoetilenoglicol.

"O Mapa ressalta que o caso envolvendo a contaminação por etilenoglicol e dietilenoglicol em cervejas da empresa Backer é um evento isolado e que não coloca em risco a segurança das demais cervejas nacionais, sejam elas produzidas por estabelecimentos de grande ou pequeno porte. Durante a apuração deste caso, foram coletadas mais de uma centena de amostras de cervejas de diversas marcas disponíveis no mercado, e, até o momento, foram obtidos resultados em 74 dessas amostras. Todos deram resultado negativo para a presença dos contaminantes dietilenoglicol e monoetilenoglicol. Tampouco foram detectados esses contaminantes nas matérias-primas para a produção de cerveja ou no reservatório de água que abastece a empresa", diz trecho da nota.

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