Os testes sobre possíveis vazamentos durante o processo de fabricação de cervejas da marca Backer ainda não tem data para serem iniciados.

A expectativa da Polícia Civil era de que a descontaminação do tanque analisado fosse feita nesta sexta-feira (28), para que em seguida os testes tivessem início, o que não ocorreu.

De acordo com o delegado Flávio Grossi, que investiga o caso de intoxicação por rótulos da cervejaria, a técnica empregada para limpar o tanque de número 10, onde já foi constatado a presença de resíduos de monoetilenoglicol e dietilenoglicol não funcionou. 

Agora, em conjunto com a cervejaria e a empresa fabricante dos tanques, uma nova técnica será desenvolvida para ser aplicada. “Nós iniciamos hoje a limpeza do tanque com produtos químicos, mas a limpeza não foi suficiente. Nós vamos agora encerrar essa segunda etapa, lacrando os tanques novamente e desenvolver um técnica juntamente a empresa, a técnica até já foi sugerida, para tentar descontaminar o tanque”, afirmou Grossi.

Ao todo, a fábrica dispõe de 70 tanques e segundo delegado, todo o líquido presente no tanque de número 10 foi transferido para o tanque de número 17, onde também, em exames anteriores, foi constatada a presença de substâncias tóxicas. Apesar dos envolvidos já terem desenhado a nova técnica de limpeza do tanque de número 10, o delegado Flávio Grossi acredita que trata-se de uma situação complexa. 

“Há uma construção entre a fornecedora dos tanques, a cervejaria e a Polícia Civil, ela já se desenhou ali dentro, tentaremos realizar com a maior brevidade possível, mas é algo complexo, porque o método comum para limpar cerveja não foi suficiente para resíduos tóxicos”, pontuou o delegado Flávio Grossi.

Quando for comprovado, a partir de exames laboratoriais, que o tanque está efetivamente limpo, a perícia irá acionar a terceira etapa, que consiste em botar o tanque em funcionamento e verificar se há vazamentos. “Aí sim, vimos que escorreu líquido, colocaremos água para vermos a quantidade de substância tóxica que foi vazada. Mas assim, estamos agora antecipando passos do que ainda não foi feito”, finalizou Grossi.

O que diz a Backer

A Backer se manifestou sobre o assunto por meio de nota à imprensa. 

Confira na íntegra:

A Backer informa que equipes de perícia e investigadores da Polícia Civil e do MAPA estiveram nas dependências da fábrica para fazer a higienização (SIP) no tanque 10, ontem e hoje (28/02).

Eles chegaram ao local por volta das 09:30h, mas devido a questionamento da empresa, quanto à ausência de resultados dos testes quantitativos das amostras coletadas pelo MAPA, de modo a atestar a concentração de monoetilenoglicol e dietilenoglicol, não foi possível a realização dos trabalhos naquele momento, o que aconteceu somente após às 14:30, após entendimento entre as partes.

Em seguida, iniciou-se o processo de SIP do tanque 16 que, posteriormente, recebeu o material contido no tanque 10.
A Polícia Civil coletou duas amostras das substâncias utilizadas na higienização, para prova e contraprova. O material será encaminhado a um laboratório para testes. Caso o resultado seja negativo para os líquidos intoxicantes (monoetilenoglicol e dietilenoglicol), o tanque será liberado para a realização do teste de estanqueidade. Caso o resultado seja positivo, o processo de higienização será refeito.

Cabe informar ainda que o MAPA não definiu a melhor metodologia para análise quantitativa das amostras coletadas. Por isso foram realizadas novas coletas no tanque 10, para garantir a realização dos testes.

A Backer está colaborando com as autoridades desde o início das investigações e manterá a sociedade informada sobre o andamento dos processos.