Conversas telefônicas de um traficante, interceptadas pela Polícia Civil, levaram à prisão dele e de outros suspeitos em uma operação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), na manhã desta quarta-feira (9), em Sete Lagoas, na região Central de Minas.
De acordo com o delegado Daniel Araújo, a operação foi para cumprir 20 mandados de prisão temporária e 36 de busca e de apreensão, para concluir uma investigação que vinha sendo feita há cinco meses.
Pela manhã, 12 pessoas foram presas, entre elas o principal alvo da polícia. “De dentro da cadeia, esse traficante chefiava o tráfico de drogas, modelo varejista, para o consumidor final, na região de Sete Lagoas”, disse o delegado.
O delegado conta que, durante um bom tempo, foram interceptadas conversas telefônicas do suspeito de dentro da Penitenciária José Maria Alkimim, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde ele esteve preso por tráfico.
“A gente constatou o papel de liderança dele, em que ele determinava que 'soldados' dele fossem à capital comprar drogas em quantidade maior para revender no interior”, conta o delegado.
A operação ganhou o nome de “Semper Nobis”, que é uma expressão em latim, que significa “sempre nós”, que é um jargão muito usado nas interceptações telefônicas pelos criminosos, dizendo que “sempre seriam eles e nunca a polícia”, segundo o delegado.
“Na data de hoje provamos que estavam enganados. Na verdade, é sempre o cidadão de bem, a polícia e a paz, e nunca os criminosos que praticam crimes contra a sociedade”, comentou o delegado.
Além do tráfico de drogas, a quadrilha é suspeita de vários outros crimes, como roubos e homicídios. “O suspeito seria autor de diversos homicídios na região de Sete Lagoas”, reforçou.
Ainda de acordo com o delegado, o traficante começou a comandar o tráfico da Penitenciária José Maria Alkimim, onde cumpria pena em regime fechado. Com o passar do tempo, ele progrediu de regime, estava no semiaberto, dormia na cadeia e durante o dia tinha a liberdade para desenrolar a sua atividade criminosa. "Agora, ele vai passar um bom tempo em regime fechado”, disse o delegado.
“É um homem perigoso. Ele é autor de homicídios, de tráfico e de crimes contra o patrimônio violentos”, disse o delegado. Segundo ele, os outros 11 presos são todos ligados à quadrilha dele. Um revólver calibre 38 e uma caminhonete Toyota Hilux foram apreendidos.