O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, afirmou que Belo Horizonte tem o potencial para se tornar a ‘Xangai do Brasil’. A declaração foi concedida na noite desta quarta-feira (4), durante cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado (Sinduscon-MG)

De acordo com Roscoe, a capital mineira pode ser indutora de desenvolvimento não só para as cidades vizinhas na região metropolitana, mas de todo o estado - além de servir de exemplo de modelos de engenharia para todo o país. “A gente teria que abraçar o futuro, foi o que Xangai fez. Xangai fez uma total remodelagem da cidade, preservando aquilo que merecia ser preservado, mas transformando e levando a cidade para a modernidade, virando um importante centro financeiro, econômico e de turismo da China”, avaliou Roscoe. 

Ainda conforme o presidente da Fiemg, BH tem características que podem aproximar a metrópole da cidade chinesa. No entanto, ele acredita que a transformação necessária para melhorias na metrópole depende de coragem e vontade política. “Belo Horizonte tem todo esse potencial e conta com uma paisagem natural maravilhosa, temos vários atributos no nosso entorno. Poderemos transformar a nossa cidade e trabalhar pela modernidade. Esse é o convite e o desafio que temos hoje”, acrescentou Flávio. 

O trabalho, segundo Roscoe, teria contribuição não só da indústria da construção civil, mas de todos os setores econômicos, além do envolvimento do poder público. “Se a gente não provocar, não chegaremos a lugar algum. Temos grandes oportunidades juntamente com todos os parceiros de transformar e dinamizar toda a região metropolitana de Belo Horizonte, não somente para a construção civil, mas também para toda a sociedade”, finalizou. 

Potência econômica 

Em 2023, o PIB de Xangai somou o equivalente a US$ 664 bilhões e, neste ano, a previsão do prefeito da cidadem Gong Zheng, é de crescimento de 5%. A cidade abriga a sede de quase mil empresas multinacionais, além de centenas de centros de pesquisas e desenvolvimento.

Pacote de gastos

Flávio Roscoe também afirmou, na cerimônia, que a Fiemg realizou um estudo detalhado do pacote de cortes de gastos anunciado, na última semana, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Roscoe havia avaliado negativamente as propostas do governo em entrevista à reportagem de O TEMPO. No entanto, após a avaliação feita, o representante do setor industrial destacou que as medidas podem ser positivas, desde que a isenção do imposto de renda a quem ganha até R$ 5 mil seja avaliada em outro momento. 

“Nós vimos o detalhamento e a gente acha que o corte de gastos é bom. Só que na nossa percepção houve uma infelicidade muito grande de anunciar isso juntamente com uma renúncia fiscal, se o objetivo era demonstrar que havia um corte de gastos. E ao apresentar uma renúncia fiscal, por mais meritório que seja - e o pacote (apresentado pelo governo) ele é meritório, você não cria o efeito esperado”, comentou. 

As medidas propostas por Haddad projetam alterações em algumas das principais políticas sociais do governo federal e em regras de benefícios para pessoas de baixa renda, sob a expectativa de economizar mais de R$ 71,9 bilhões até 2026 e R$ 327 bilhões até 2030. Junto ao arrocho orçamentário, o governo também propôs isentar a cobrança do IR para trabalhadores com salário até R$ 5 mil a partir de 2026. O plano ainda precisa passar pelo Congresso Nacional.