A Bolsa brasileira abriu em forte queda e acionou, pela quinta vez em duas semanas, o "circuit breaker", quando as negociações são paralisadas no mercado. Nesta segunda-feira, 16, o mercado foi interrompido ao atingir 12,53% de queda em relação ao fechamento da última sexta-feira, 13. O patamar voltou a ficar abaixo dos 75 mil pontos - 72.321,99. 

Quando as negociações atingem queda de 10%, o primeiro "cricuit breaker" é acionado por 30 minutos. Após o retorno do mercado, caso seja atingido 15% de recuo, uma pausa é realizada novamente, mas, desta vez, de uma hora. Passado esse período, se a queda ultrapassar 20%, uma nova parada é acionada. Neste caso, o tempo não é pré-determinado, e a própria B3 informa por quanto tempo as negociações ficarão suspensas. Apenas na semana passada, o sistema foi acionado por quatro vezes. Uma na segunda-feira, 9, duas na quarta-feira, 11, e uma na quinta-feira, 12. Terça-feira, 10, e sexta-feira, 13, foram dias de recuperação nos mercados mundiais. As Bolsas ao redor do mundo têm sofrido com essa volatilidade, em um efeito sobe e desce nos últimos dias. 

Já o dólar, depois de ter fechado na sexta-feira, 13, com o maior valor nominal da história (R$ 4,81) - descontada a inflação -, iniciou as negociações desta segunda-feira, 16, cotado a R$ 4,97, alta superior a 3%, subindo ainda mais, para R$ 4,98, encostando na máxima histórica da moeda americana desde o Plano Real, que é R$ 5,02, alcançado na quinta-feira, 12. 

Os primeiros momentos de negociação desta segunda têm muita volatilidade na moeda dos EUA. Após abrir em R$ 4,98, o dólar bateu na mínima do dia, a R$ 4,88, e passou a flutuar na casa de R$ 4,90. A esta altura, a disparada é de cerca de 2%.

Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado acima de R$ 5, variando entre R$ 5,08 e R$ 5,15. 

Os mercados globais estão em clima de tensão nesta segunda. Após o fechamento dos mercados no oriente, a maior queda na Ásia foi na Bolsa de Taiwan, com o índice TWI. Por lá, a baixa foi de 4,06% em relação ao fechamento anterior. A segunda maior foi em Hong Kong, com (-4,03%), seguido de China, (-3,40), Coreia do Sul (-3,19%) e Japão (-2,46%). No continente asiático, o único mercado a fechar em alta, mesmo que de forma muito tímida, foi o da Tailândia, com 0,06%. Na Oceania, a Austrália teve o pior resultado do oriente do mundo, despencando 9,52%. 

Na Europa, o cenário é ainda mais caótico, com recuos próximos da faixa dos 10%. Na sexta-feira, 13, a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou que o velho continente é o novo epicentro da doença, causada pelo novo coronavírus, iniciada na China, na cidade de Wuhan, província de Hubei. 

Neste momento, há uma ação coordenada dos bancos centrais de todo o mundo para tentar diminuir os impactos da Covid-19. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Canadá, o Banco do Japão e o Banco Nacional da Suíça divulgaram comunicado conjunto sobre a operação, que será feita por meio de um arranjo via programa de swaps. Porém, essa atuação, com estímulos monetários, não está sendo suficiente para impedir o pânico dos mercados. 

Petróleo 

O petróleo, que desde o começo da semana passada vem sofrendo quedas nos valores após uma "guerra de preços" entre Rússia e Arábia Saudita, está, nesta segunda, em queda relevante. O índice WTI, para abril, registra, às 09h04, 8,23% de queda, a US$ 29,12 o preço do barril. O Brent, para maio, tem recuo ainda maior, no mesmo horário, a (-10,16%), cotado a US$ 30,41. 

Para conter o estrago na economia do coronavírus, o Federal Reserve cortou os juros para a faixa de zero a 0,25% na segunda reunião extraordinária em duas semanas. A última vez que os juros tinham caído para esse patamar foi em dezembro de 2008.