O banco norte-americano JP Morgan melhorou a avaliação sobre a Cemig e elevou de “neutra” para “compra” a recomendação de investimento para as ações da empresa. O banco prevê bons resultados para a estatal mineira em 2023, tendo como base alguns aspectos, como:
- a conclusão da revisão tarifária de distribuição em maio;
- projeção de ganhos com negociações nos setores de geração e transmissão;
- bons números da Gasmig;
- a continuidade de um programa de eficiência;
- melhora na alocação de capital.
Outro fator que pesa a favor da Cemig é a incerteza em relação a outras companhias de energia no Brasil. “Destacamos que a Cemig Distribuição não está exposta a risco de renovação de concessão, diferentemente de outras companhias integradas dentro do setor”, explica o banco.
O JP Morgan apresentou o preço-alvo de R$ 16 para as ações da Cemig ao fim de 2024, o que representaria uma valorização de 27% sobre o preço atual. No pregão desta quinta-feira (31), os papéis da empresa estavam cotados a R$ 12,36.
No segundo trimestre de 2023, a cemig apresentou um lucro líquido de r$ 1,245 bilhão, alta de 2.396% (ou 25 vezes) em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa reportou lucro de R$ 49,876 milhões. no acumulado de 2023 até junho, o lucro líquido avançou 75,6%, totalizando R$ 2,643 bilhões.
Copasa
Ao mesmo tempo que o JP Morgan recomendou “compra” para as ações da Cemig, o banco resolveu rebaixar para “neutra” a indicação para os papéis da Copasa, a concessionária de água e saneamento de Minas Gerais.
Segundo o banco, a Copasa está apresentando menor crescimento e as ações estão com um valor justo. No pregão desta quinta-feira, elas eram cotadas no valor de R$ 17,87. O JP Morgan prevê que os papéis da empresa chegarão a R$ 18,50 ao fim de 2024.
No segundo trimestre de 2023, a Copasa lucrou R$ 249 milhões, alta de 38% em relação ao mesmo período de 2022. Apesar disso, o número ficou um pouco abaixo do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro líquido de R$ 293 milhões.
Privatizações
Sobre a privatização de Cemig e Copasa, o JP Morgan ainda considera que o processo é incerto, apesar do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, já enfatizar algumas vezes que o Estado deseja abrir mão do controle de algumas empresas estatais.
Na semana passada, o governador enviou à Assembleia Legislativa (ALMG) uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), propondo o fim da exigência de referendo para a venda de empresas controladas pelo Estado.
A proposta foi muito criticada por deputados da oposição e precisaria de 60% dos votos para ser aprovada, pois trata-se de uma mudança na constituição estadual.