Ontem, depois de nove meses e três licitações fracassadas, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) tentou mais uma vez licitar o Terminal 3, o puxadinho do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), sem sucesso. Como nenhuma empresa apresentou o preço que a estatal está disposta a pagar, a decisão ficou para hoje. Assim como das outras vezes, a Infraero achou as propostas caras e pediu que as construtoras baixassem o valor.
“Nós apresentamos o menor preço e temos muito interesse em executar essa obra, mas, por enquanto, nada está definido. Vamos avaliar o desconto pedido pela Infraero”, afirmou o diretor da área de novos negócios da Damiani, Bruno Damiani, que não quis adiantar o preço ofertado nem o desconto pedido.
A empresa, de Curitiba, está no consórcio que ficou em primeiro lugar entre as três classificadas para a obra do terminal remoto de Confins, que será feita por meio de contratação direta. No site da construtora, aparecem obras realizadas em aeroportos de Campo Grande, Curitiba, Cuiabá, Manaus e Porto Velho. O consórcio ainda conta com a Espaço Aberto e a STCP. Os outros dois consórcios que continuam na disputa são URB Top/ETC e Sial/JL/PJJ Malucelli.
A Sial, que também é de Curitiba, está disputando o puxadinho desde a primeira tentativa de licitação. Em outubro do ano passado, ela quase levou o contrato porque, embora tenha dado um lance de R$ 75,48 milhões, aceitou baixar até R$ 58,49 milhões – o menor preço. Só que a Infraero, na ocasião, pediu um desconto de 37%, o que daria R$ 47,5 milhões. Da segunda vez, em dezembro, ela ofereceu R$ 75,38 milhões. A Infraero voltou a pedir desconto e ela voltou a recusar.
De lá para cá, o governo desistiu de fazer um terminal remoto, que teria cerca de 14,5 mil m², e decidiu construir um provisório de 5.400 m².
Os preços dos concorrentes ainda não foram revelados porque o leilão continua até a Infraero conseguir reduzir o valor ao patamar que está disposta a desembolsar. Segundo estimativas de mercado, o metro quadrado de uma obra aeroportuária deste porte custa cerca de US$ 2.500 (R$ 5.000). Portanto, para ser viável, o puxadinho deve custar cerca de R$ 27 milhões.