A região do Triângulo Mineiro tem sido o destino de vários investimentos no Estado. Um deles, da ordem de US$ 1 bilhão, cerca de R$ 4 bilhões, vai levar uma fábrica de celulose solúvel da LD Celulose – joint venture formada entre a Duratex (49%) e o grupo austríaco Lenzing (51%) – para Araguari, na divisa com o município de Indianópolis. Será a maior linha industrial de celulose solúvel do mundo, segundo os investidores.

As obras começarão em agosto, para quando está prevista a emissão das últimas licenças ambientais. De acordo com informações da Duratex, para agosto está previsto o início da terraplenagem e da infraestrutura.

O investimento vai gerar 6.500 postos de trabalho na fase de construção do projeto. E durante a operação serão 1.040 empregos diretos. A previsão é que as obras sejam concluídas no primeiro semestre de 2022.

Segundo a empresa, a escolha do local se deu em função da existência do bloco florestal da Duratex, da boa condição topográfica e da conexão rodoviária e ferroviária para escoamento da produção até o porto, além da infraestrutura das cidades da região.

A capacidade de produção da fábrica da LD será de 450 mil toneladas/ano de celulose solúvel, bem como produção média de 77 MW de energia elétrica renovável (biomassa de madeira). O destino do que for produzido na unidade será 100% para o mercado externo, para a sócia Lenzing, que vai suprir suas operações principalmente na Ásia.

Atração na cidade. E esse não é o único grande investimento em Araguari. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do município, Juberson do Santos Melo, diz que os investimentos na cidade do segundo semestre de 2019 até ao final de 2020 somarão R$ 5 bilhões. “Araguari está recebendo cerca de 80 negócios diferentes, no segundo semestre deste ano até 2020. Com isso, serão gerados mais de 9.000 empregos”, diz.

Para o segundo semestre deste ano, está previsto o início das obras de instalação de um planta de beneficiamento de semente de milho pela chinesa LongPing High-Tech. O investimento será na casa dos R$ 240 milhões, com criação de cerca de 200 postos de trabalho.

Para Melo, são vários os motivos que estão atraindo investimentos para a cidade. Um deles é a posição estratégica de Araguari, com acesso a rodovia, ferrovia e meio aquático.

O secretário ressalta que a cidade tem uma grande diversificação econômica, com atividades nas áreas de fertilizantes, saúde e celulose. “Araguari é a capital mundial do café irrigado, a maior produtora de tomate do Estado e maracujá industrial, sendo a maior fornecedora de suco do Brasil. É ainda a maior exportadora de carne de Minas”, observa.

Outra cidade na região que vem recebendo investimentos é Uberlândia. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de Uberlândia, no período de 2017 a 2019 até o momento, os investimentos somam R$ 1,6 bilhão.

Dados do Indi

- De janeiro a maio deste ano, foram confirmados 16 projetos de investimentos no Estado, totalizando R$ 4,835 bilhões, segundo a Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi).

- Expectativa de criação de 3.700 empregos

- Entre os meses de janeiro e maio de 2018, o montante de projetos de investimento no Estado foi de R$ 587 milhões.

Uberaba vai receber fábrica da cervejaria Petrópolis

Minas Gerais está se consolidando cada vez mais como um polo cervejeiro. Para a região do Triângulo estão previstos dois investimentos nesse setor, conforme informações do governo mineiro. Uberaba vai abrigar a nova fábrica do grupo Petrópolis, com previsão de inauguração em 2020. Com investimentos de R$ 700 milhões, devem ser gerados cerca de 400 postos de emprego direto. Além de seis marcas de cerveja, o grupo também produz refrigerante, energético, água mineral, entre outros itens. Com a nova unidade no Estado, a empresa vai investir na ampliação da rede de distribuição.

Em Frutal, foi a Cervejaria Cidade Imperial que assinou o projeto de investimentos para a ampliação de sua fábrica. Serão R$ 250 milhões, com a geração de cerca de 350 empregos.

Itinga produzirá óxido de lítio para bateria de carro elétrico

A Sigma Mineração, que vai produzir o concentrado de óxido de lítio – que é a principal matéria-prima para baterias de carros elétricos –, conseguiu neste mês as licenças prévia e de instalação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O complexo, denominado Grota do Cirilo, localizado no Vale do Jequitinhonha, deverá entrar em operação no próximo ano. O investimento é da ordem de R$ 500 milhões.

Desde a aquisição das reservas minerais até o começo deste ano, a Sigma investiu por volta de R$ 120 milhões em pesquisa e prospecção e na planta-piloto. A unidade industrial de beneficiamento fica em Itinga e deve gerar cerca de 300 postos de trabalho direto.

O projeto é produzir 220 mil toneladas anuais do concentrado de óxido de lítio, que, inicialmente, devem ter como destino o mercado internacional. Antes mesmo de iniciar a produção, a Sigma firmou contrato de fornecimento para a japonesa Mitsui.

Ana Cabral, membro do conselho de administração da Sigma, destacou que o empreendimento vai utilizar o processamento a seco do minério de lítio. “Os rejeitos serão empilhados a seco. Dessa forma, a empresa não vai utilizar barragens. Vamos investir e instalar uma nova planta, que utilizará uma rota tecnológica patenteada de processamento e beneficiamento do lítio para baterias. Reciclaremos cerca de 90% da água utilizada no processamento”, diz.