O famoso “QI”

Sete em cada dez indicados conseguem a vaga no emprego

Pesquisa mostra que 72,5% dos postos são ocupados por profissionais com referência

Por Ludmila Pizarro
Publicado em 04 de fevereiro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Cerca de sete em cada dez candidatos a uma vaga de emprego que são indicados acabam contratados. É o que diz uma pesquisa com quase 28 mil relatos de processos seletivos realizada neste ano pela Love Mondays, plataforma em que profissionais avaliam as empresa em que trabalham, que aponta que 72,5% dos candidatos indicados passaram no processo e aceitaram a vaga.

Para a jornalista Paula Bicalho Duarte, 38, a indicação foi mais importante do que a contratação de uma empresa de recolocação profissional. “No meu caso, é até peculiar, porque eu cheguei a contratar uma empresa de recolocação no mercado, uma headhunter para me ajudar, e a indicação foi infinitamente mais eficiente. Pela headhunter eu não consegui nada”, conta Paula.

A jornalista buscava um novo emprego desde março do ano passado, e foi contratada em dezembro. “Só em dezembro que eu consegui mesmo uma recolocação, por meio de uma indicação de uma colega de pós-graduação. E a pessoa que recebeu a indicação me conhecia também. Acho que isso foi primordial para eu conseguir essa vaga”, avalia ela.

“Não se trata daquela visão antiga de ‘QI’, que a pessoa vai arrumar um emprego só porque alguém indicou. Mas, quando um funcionário indica uma pessoa, ela provavelmente já conhece a cultura daquela empresa, e isso ajuda no processo seletivo”, afirma a Priscila Zuini, gerente de marketing e comunicação da Love Mondays.

Para o sócio-diretor da ETC Comunicação, Jihan Kazzaz, que contratou sete profissionais na área de mídias digitais, comunicação e designer em 2018, a importância da indicação é conhecer o perfil da pessoa. “Pela indicação a gente sabe como é a pessoa, a atitude, o comprometimento. Na parte técnica, fazemos testes específicos. Quando a pessoa é indicada, também vejo que cresce a responsabilidade de atender a expectativa”, afirma Kazzaz.

Entrada. Se a indicação ajuda na hora de garantir a vaga, quase metade (48%) de todas as entrevistas são feitas com candidatos que enviaram seus currículos pela internet.

“Comecei a correr atrás de outra ocupação via LinkedIn e sites de busca de emprego, como Catho e vagas.com.br”, afirma Paula. Ela afirma, porém, que os resultados são menos efetivos. “Consegui duas entrevistas nesse período (oito meses), uma pessoalmente e outra pelo telefone. Ambas no LinkedIn”, conta.

Para Priscila, a internet é a principal ferramenta do candidato na hora de se recolocar. “A grande maioria dos profissionais usa a internet para tomar decisões de carreira. Tudo começa na pesquisa, no Google”, afirma.

Redes sociais são avaliadas no processo

O conteúdo das redes sociais é avaliado no processo seletivo. “A maioria das empresas avalia as redes sociais dos candidatos. Os profissionais devem entender que elas são uma extensão da vida real, não tem como separar”, afirma a gerente de marketing da Love Mondays, Priscila Zuini.

“Busco nas redes sociais (dos candidatos) conteúdos interessantes, se a pessoa tem boa redação. Hoje não contrataria uma pessoa que não está nas redes sociais”, avalia o diretor da ETC Comunicação, Jihan Kazzaz.

Excessos pegam mal. Antes de compartilhar qualquer coisa, pense se não está exagerando nos detalhes.

Erros de português. Muito cuidado. Escrever “agente” no lugar de “a gente” e usar “mais” no sentido de “mas” pode desagradar os recrutadores. Nas redes sociais, não é possível explicar que foi só um erro de digitação.

O que um cliente pensaria se visse isso? É essa a pergunta que muitos recrutadores fazem ao checar o perfil de um candidato nas redes sociais, principalmente se exige relacionamento direto com clientes. Faça essa pergunta você mesmo antes de publicar.

(Dicas da jornalista e especialista em imagem digital Dani Almeida)

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