Neste sábado (26/7), Belo Horizonte será palco da 2ª edição da Sopa Nacional, um dos maiores encontros de graffiti do país. O evento, que acontece das 8h às 18h no Barro Preto, reunirá 100 artistas urbanos de todas as regiões do Brasil, promovendo o intercâmbio artístico e a valorização do graffiti como linguagem de resistência, identidade e transformação social.
A proposta é a criação de um painel colaborativo de grandes dimensões no formato “Sopa de Letras”, técnica que reúne múltiplos estilos dentro do graffiti (como bomb, grapixo e personagens) em um mesmo muro. A intervenção será realizada no muro externo da ASMARE - Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis (avenida do Contorno, 10.555 – Barro Preto).
O evento, que recebeu mais de 770 artistas inscritos e é aberto ao público, conta com programação musical com DJ, barracas de alimentação e estrutura para receber aproximadamente 10 mil pessoas, entre visitantes, artistas, produtores e agentes da cultura. A Sopa Nacional é realizada pelo Real Grapixo, coletivo cultural atuante há mais de uma década na capital mineira.
A ação reforça o potencial turístico, cultural e educativo da arte urbana, ao se relacionar com temas como sustentabilidade, por meio do trabalho da ASMARE. A primeira edição, em 2019, no Aglomerado da Serra, reuniu dezenas de artistas do de todo o país e foi considerada um marco para a cena do graffiti mineiro.
O coletivo Real Grapixo tem atuação reconhecida na cena nacional do graffiti, desenvolvendo projetos autorais que combinam arte urbana, cultura Hip Hop e ações de impacto social. Seu repertório inclui oficinas formativas, ocupações artísticas em escolas e comunidades, festivais de graffiti, e iniciativas que articulam juventude periférica, patrimônio cultural e transformação urbana.
Fundada em 1990, a ASMARE, primeira associação de catadores de materiais recicláveis de Minas Gerais, é referência nacional na luta por inclusão social, economia circular e justiça ambiental. O local escolhido para o mural carrega um simbolismo importante: ao lado dos catadores, que cuidam da cidade de forma invisível, o graffiti chega como uma arte pública que dá visibilidade ao que está à margem.