A capital mineira se prepara para receber, de 16 a 30 de agosto, a segunda edição do Festival Tropeiro Mineiro. Ao longo de duas semanas, 31 bares e restaurantes vão apresentar versões autorais de um dos pratos mais emblemáticos da culinária brasileira, acompanhadas de drinks preparados com a cachaça mineira Jeceaba.
As criações serão avaliadas pelo público e por um júri técnico, e a programação se encerra em 6 de setembro, com festa na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza. A expectativa é atrair não apenas amantes da boa comida, mas também curiosos pela história do tropeirismo e pela fusão de sabores que moldaram a gastronomia brasileira.
Mais que um concurso gastronômico, o evento busca preservar saberes que atravessam séculos, como afirma a coordenadora do evento, Miriam Cerutti. “O feijão tropeiro é um prato típico do Brasil e originário de um movimento, o tropeirismo, não de uma região específica. Agora, os estabelecimentos participantes do festival poderão contar essa história de maneira reinventada através do prato que irão criar, promovendo o resgate de saberes ancestrais e técnicas culinárias tradicionais. Através das origens do tropeiro, buscamos inspirar a criatividade e fomentar a diversidade gastronômica”, diz.
Para participar, os bares e restaurantes devem seguir algumas regras: o prato precisa ter feijão e farinha como ingredientes obrigatórios, e o drink deve ser feito com cachaça mineira Jeceaba. O público terá peso de 70% na votação, enquanto o júri técnico — formado pelos chefs Ricardo Rodrigues, Helena Bastos, Peninha, Murai Caetano e Marcelo Salomão, sob curadoria de Rosilene Campolina — responderá por 30% da nota. Serão eleitos três vencedores, avaliados nos quesitos apresentação, sabor e criatividade.
Os preços dos pratos variam de acordo com cada estabelecimento, mas há opções a partir de R$ 25. Participam do festival: Alibabar, Barbazul, Babel, Bar do Sidney, Bar do Museu Clube da Esquina, Bar do Xaxa, Bar Du Pedro, Bar Sô Pedro, Breik Breik, Boi Vitório, Botequim Sapucaí, Divino Cunhas Bar, Estação Parada do Cardoso, Favoritto, Lá Farina, Marmitex da Penha, Piratas Bar, Querida Jacinta, Sara Sabores, Saboritis, Sagarana, Sheridan, Sobrado, Tropeiro do 13, Tropeiro e Cia, Tropeiro da Lurdinha, Tia Maluka, Via Deslandes, Feijoah Cozinha, Algo a Mais e Caipira Xique.
O prato que carrega história
O feijão tropeiro é muito mais que uma receita: é um registro vivo de um período marcante na história do Brasil. Surgiu entre os séculos XVII e XVIII, no contexto do tropeirismo — atividade de transporte e comércio realizada por viajantes que percorriam longas distâncias levando gado, mulas e mercadorias.
Com a necessidade de alimentos duráveis e fáceis de transportar, os tropeiros carregavam mantimentos como feijão, farinha de mandioca ou de milho, carne seca, toucinho e sal. Tudo era guardado nas bruacas — caixas de couro presas às cangaias dos animais.
Influenciado pelas culturas indígena, portuguesa e africana, o feijão tropeiro tornou-se uma combinação prática e nutritiva para as longas jornadas. Hoje, o prato segue presente em cardápios de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, sendo símbolo de identidade e tradição.
Serviço
2º Festival Tropeiro Mineiro
Período: 16 a 30 de agosto de 2025
Encerramento: 6 de setembro de 2025, na Praça Duque de Caxias – Santa Tereza, Belo Horizonte
Preços: a partir de R$ 25 (variável por estabelecimento).