Prevenção

Campanha alerta para fake news sobre meningite

Não tomar vacinas pode levar as pessoas à morte, alertam especialistas neste Dia Mundial de Combate à Meningite


Publicado em 24 de abril de 2019 | 06:00
 
 
 
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São Paulo. Uma campanha da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) alerta para o crescimento de fake news (notícias falsas) sobre vacinas contra diferentes tipos de meningite. Com o mote “Meningite: Informação Vence o Medo”, a campanha foi apresentada a jornalistas, no último dia 18, em um workshop em São Paulo. Esta quarta-feira, 24, é o Dia Mundial de Combate à Meningite.

“Quem pode dizer da segurança e indicação de uma vacina é um médico, um profissional da saúde. As pessoas não devem acreditar em posts de internet que não venham de fontes confiáveis. Não imunizar as pessoas pode levar à morte ou, para quem sobrevive, a sequelas”, diz Isabella Ballalai, vice-presidente do órgão e membro do Comitê Consultivo da Vaccine Safety Network (VSN), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Cerca de 20% dos que contraem meningite morrem, ou seja, uma morte para cada cinco casos. Dos que sobrevivem, de 10% a 15% ficam com sequelas como cegueira, surdez, entre outros problemas de ordem neurológica. Estamos longe de erradicá-la”, alertou Marco Aurélio Sáfadi, membro da comissão técnica para revisão dos calendários vacinais da SBIm. A imunização é gratuita para menores de 7 anos, com dose de reforço em adolescentes de 11 a 14 anos.

A meningite, inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, pode se manifestar como viral – para a qual não existe vacina e que não produz consequências graves – ou bacteriana – causada por uma das quatro bactérias: meningococo, pneumococo, Haemophillus influenzae b e Mycobacterium tuberculosis. Os sintomas variam conforme o microrganismo e a idade do infectado. O tratamento é feito com antibióticos.

Nova vacina

Em função do registro de casos de meningite do tipo ACWY, cujos sintomas se parecem com os do tipo C, no Estado de Santa Catarina, o Ministério da Saúde decidiu incluir dosagem de antídoto contra o novo tipo de meningite identificado na região. 

“Acreditamos que ele tenha sido trazido pelos argentinos, que circulam muito pelo local. Esse tipo de meningite é comum nesse país”, afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PIN), Carla Domingues. 

A grande dificuldade, segundo Carla, tem sido encontrar um laboratório capaz de atender a demanda de 3 milhões de doses, que serão destinadas a adolescentes de 11 anos. “Abrimos pregão no ano passado, mas nenhuma empresa se ofereceu. Devemos realizar outro ainda neste ano”, informou.

* A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

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