Os olhos são o espelho da alma, e a íris é o reflexo do corpo. Essa abordagem é antiga. Há achados arqueológicos que comprovam que os caldeus e ao babilônios deixaram inscrições em pedras sobre a íris e sua relação com o restante do corpo. No Egito antigo, foram encontradas cerâmicas pintadas com olhos e alguns sinais iridológicos.
“A iridologia ou irisdiagnose baseia-se no fato de que a íris é formada por fibras nervosas e, por isso, é capaz de receber informações do nosso sistema nervoso. A íris é um holograma, parte que representa o todo, e nela tem-se a representação do organismo, assim como na palma da mão, na planta do pé e no lóbulo da orelha”, explica Leandro Borges de Lima, naturopata clínico, iridólogo, quiropata e terapeuta corporal.
Ele revela que cada íris é única, assim como as impressões digitais. “Nela conseguimos ver sinais que podem apontar para desequilíbrios físicos, emocionais, fragilidades orgânicas, traumas, alterações teciduais, progressão ou redução de doenças, hiper ou hipoatividade de órgãos e sistemas e condições motoras, psicológicas, sensoriais e fisiológicas do cérebro que levam a um diagnóstico preventivo”, diz.
O objetivo da irisdiagnose é detectar precocemente na íris os sinais que sugerem determinadas condições patológicas, assim como compreender comportamentos e modo de relação dos indivíduos.
Segundo Lima, “a íris é um mapa do microssistema do corpo formado aos 6 anos, ou seja, todos os problemas do corpo se refletem nela”. “Identificamos o estroma iridal, que são pequenas fibras que vão formando lacunas claras ou escuras sinalizando doenças. Esses sinais podem ser agudos, subagudos, crônicos e degenerativos, e sua coloração varia também dependendo da cor dos olhos e revela a gravidade do processo de doença do órgão”, relata.
A identificação dessas informações permite ao iridologista realizar uma abordagem profilática e terapêutica, através da pré-diagnose. Uma vez detectados sinais de comprometimento, os órgãos devem ser investigados com exames específicos para afastar a possibilidade de certas patologias (pré-diagnose).
“O maior trunfo da irisdiagnose está na prevenção das doenças. Por meio de sinais de comprometimento, o iridologista pode identificar anomalias, evitando que ele adoeça. Desse modo, ela atua na manutenção da saúde, bem como, na prevenção da doença”, ressalta o iridólogo.
Lima revela que a íris é como um espelho no qual se inscrevem mensagens. “Cada célula do estroma da íris contém 25 mil fibras nervosas que estão ligadas ao cérebro. O nervo óptico contém mais de 10 mil ramificações nervosas. Os principais sinais revelados na íris são os de circulação, anéis nervosos e grau de toxidade tanto intestinais como em órgãos como pulmões, fígado, rins etc.”, conta.
O iridólogo explica que os sistemas nervoso e linfático alteram de numerosas maneiras a estrutura da íris. “Ela pode se tornar sombreada pela quantidade de toxinas transportadas. O excesso de colesterol, lipídeos, peróxido e hidrogênio, cristais de ácido, metais pesados, medicamentos alteram sua cor. Na íris está registrada toda a constituição orgânica de uma pessoa, características e comportamentos”, explica.
“Anéis de esclerose aparecem na íris e podem ser analisadas por meio das cores, lacunas claras ou escuras e a formação de um anel leitoso muito comum em idosos com problemas de circulação. Esses sinais evidenciam uma predisposição para uma doença que, quando identificada, pode ser tratada antes de se manifestar no corpo físico”, comenta Lima.
A jornalista Ana Elizabeth Diniz escreve neste espaço às terças-feiras. E-mail: anabethdiniz@gmail.com
Médico húngaro foi o pai da iridologia
A observação da íris acontece por meio de lentes de aumento, scan, filmagem, iridofoto, microlente e hoje há um software que ajuda na identificação das doenças.
Há duas abordagens possíveis na iridologia. “Sob o ponto de vista orgânico, os profissionais usam o método criado por Bernard Jensen, e o esquema Rayid (‘ray’ de ‘raio’, e ‘id’ de ‘desenvolvido’), criado por Denny Johnson, viabiliza a compreensão da mente humana por meio de padrões básicos como vocações, medos, potenciais e formas de expressão por meio de gestos e palavras”, explica o iridólogo Leandro Borges de Lima.
A iridologia moderna surgiu no final do século XIX com o médico húngaro Ignatz von Peczeley. “Quando rapaz, ao capturar uma coruja, acidentalmente quebrou-lhe uma das patas. Pouco depois, Ignatz notou o aparecimento de uma listra escura na parte inferior do olho do pássaro. Pôs uma tala na pata da coruja e cuidou dela, esperando que ficasse completamente curada. Continuou observando”, conta Lima.
Nos anos que se sucederam, ele notou que, no lugar da listra negra, havia nos olhos da coruja linhas brancas e sinuosas. “Essa descoberta acabou por deixá-lo fascinado e ele passou a usar um enfoque inverso: diagnosticava a doença que os acometia e tentava verificar se se espelhava em seus olhos, e de que maneira”, finaliza o iridólogo. (AED)
O que a íris revela
- A constituição e a resistência orgânica global fornecidas pela qualidade da trama irial e pela cor da íris;
- O padrão genético por meio da classificação iridológica proposta pelo iridólogo alemão, Joseph Deck;
- O estado dos vários sistemas orgânicos (digestivo, nervoso, circulatório, endócrino, de revestimento etc.);
- A condição de cada órgão em particular, assim como as carências e perturbações metabólicas;
- O aspecto comportamental, através do método Rayid, desenvolvido por Denny Jonhson.
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